PITTER LUCENA

Jornalista acreano radicado em Brasília

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quarta-feira, julho 28, 2010

JORNALISMO FALIDO X JORNALISMO ON LINE

Ipojuca Pontes

A partir de 1º de setembro o ex-poderoso "Jornal do Brasil", hoje com uma tiragem diária de 15 mil exemplares, deixará de circular. O periódico matutino, fundado em 1891 para defender a Monarquia, dirigido entre outras figuras por Rui Barbosa, vinha funcionando com um déficit operacional na ordem de R$ 100 milhões. Segundo Nelson Tanure, seu proprietário, o jornal será mantido apenas nas páginas eletrônicas da Internet - tal como ocorre hoje com a "Tribuna da Imprensa", de Hélio Fernandes, fundada em 1949 por Carlos Lacerda.


A falência do jornal impresso atinge em especial a chamada grande imprensa e, com efeito, para analistas da matéria a extinção de sua supremacia parece estar cada vez mais próxima. Na França, por exemplo, os diários "Libération" e "Le Monde", ambos de esquerda, ainda que contando com subsídios governamentais, andam pelas tabelas. De fato, vão devagar quase parando: "Libération", fundado por Jean Paul Sartre (em 1973), sobrevive apelando para o jornalismo digital e o "Le Monde", mal das pernas, cambaleia amparado na grana suja de esperma do gangster Xavier Niel, sujeito que começou a vida explorando casas de show em que mulheres nuas podiam ser vistas através de vitrines contorcendo-se em movimentos eróticos.


A falência do jornalismo à esquerda não fica restrita a França de Sarkozy: na Inglaterra, segundo a "Economist", nada menos de 70 jornais fecharam suas portas, sem choro nem vela, no biênio 2008/2009. O próprio "New York Times", o templo mundial do jornalismo "politicamente correto", perdendo assinantes e receitas publicitárias em cascata, enfrenta no momento uma dívida em torno de US$ 1 bilhão - o que o obrigou a abrir mão do controle de vários jornais da cadeia em todo país, salvando-se apenas o "Boston Globe" (ninguém sabe até quando).


Sim, é fato: para continuar circulando, a The New York Times Co teve de vender a W. C. Carey & Company o prédio sede de 52 andares, situado na 8ª Avenida, no coração de Manhattan, passando a pagar o aluguel dos 19 andares onde outrora reinou como Deus desaconselha e o diabo manda: pedante e mentiroso.


Pior: para não pedir concordata, a família Sulzerberg Ochs, que controla The New York Times com 19% das suas ações, viu, sem poder pestanejar, o empresário mexicano Carlos Slim Helú (dono no Brasil das empresas telefônicas Claro e Embratel) aumentar para 17% o controle acionário do jornalão sabe-tudo.


Pior ainda: para salvar o volumoso investimento avaliado em US$ 267 milhões, o mexicano Slim - gordo, ensebado e bigodudo como o Sargento Garcia, de "O Zorro" - começou por impor cortes nos gastos com um exército de correspondentes e fechar sucursais no exterior. Em 2009, The New York Times tinha registrado um prejuízo de US$ 74, 5 milhões.


Muita gente boa aponta o jornalismo eletrônico como o principal responsável pela ruína dos jornalões. Os motivos não são nada desprezíveis: blogs e sites não gastam com papel nem mantêm grandes redações, nem tampouco sofrem com perdas de receitas publicitárias - embora hoje, como se tornou evidente, o jornalismo on line comece a morder firme nas contas das grandes e pequenas agências de propaganda.


Por outro lado, graças ao avanço da tecnologia digital, o jornalismo eletrônico conta com um dispositivo excepcional: sua dinâmica permite acompanhar e refazer a notícia a cada segundo, sempre em cima do fato, possibilitando até mesmo a transmissão de imagens ao vivo, usando, para tal fim, o vasto acervo imagístico exposto no YouTube.


No entanto, não é apenas no plano da operacionalidade que o jornalismo on line causa rebuliço. Se a imprensa é, em essência, notícia e análise, o jornalismo eletrônico permite as duas coisas - o que o torna mais ágil, denso e promissor, cumprindo, em qualidade e quantidade, um papel sem paralelo no jornalismo de todos os tempos.


Ademais, para fazer a análise qualificada, o jornalismo de site dispõe de tempo, espaço e liberdade (inimagináveis nas folhas de hoje em dia), conjunto de privilégios só entrevisto nos primórdios do bom jornalismo inglês, quando tipos como Samuel Johnson, Bernard Shaw, Addison e Hazlitt faziam da notícia "essays" generosos, férteis de conhecimento e objetividade crítica.


Por sua vez, o jornalismo eletrônico, quando exercido à vera, sem a inibição dos códigos de redação e intermediários de praxe, cria uma ambiência especial, feita de independência, pesquisa e ousadia que só encontra paralelo no extraordinário clima de parceria que se estabelece entre quem escreve e quem lê. Não é por outro motivo, penso, que há quem passe entre 10 e 12 horas por dia navegando (termo preciso) na internet, transformando-se o navegador num potencial repassador de matérias, ou seja, num internauta.


Em troca, o que nos dá os jornalões?


De início, uma soma de mistificações, distorções e mentiras de estontear qualquer Mike Tyson. Com efeito, salvo hiatos, o seu noticiário, editoriais e as "análises" dos seus "formadores de opinião" estão sempre, no seio da grande imprensa, sonegando a realidade em função de interesses ideológicos "politicamente corretos" - vale dizer, "utópicos".


Querem um exemplo da perversão? Recentemente, o ex-candidato à presidência da Venezuela, Alejandro Peña Esclusa, um cidadão honrado e opositor pacífico, foi preso em sua residência pelos esbirros de Hugo Chávez, que usaram como pretexto, para tirá-lo de circulação, evidências falsas, afirmando possuir ele um arsenal de bombas num guarda-roupa. Peña Exclusa não é qualquer um: trata-se de um líder integro que provavelmente será, quando a nuvem negra do chavismo passar, o futuro presidente da Venezuela.

Pois bem: o que dizem os nossos jornalões sobre o lastimável atentado? Nada ou muito pouco, uma pequena notícia de pé de página, sem direito a chamada, foto ou perfil em box. Onde anda o departamento de pesquisa dos jornais brasileiros que nada nos contam sobre Peña Esclusa, um líder democrático trancafiado por um ditador delirante? Será por ser ele considerado de "direita"?


O jornalismo livre e consciente tornou-se uma impossibilidade na chamada grande imprensa nacional: o capachismo ideológico tomou conta de tudo. Mas ele é, ou deveria ser, soberano, visto repudiar qualquer vestígio de opressão ou despotismo, venha de onde vier. Nesta perspectiva, a denúncia da brutalidade cometida por Chávez contra Peña Esclusa deveria ser matéria de primeira página, com direito a acompanhamento diário até a sua libertação.


Em suma, eis o que eu queria dizer: o papel do jornalista consciente, com o dom que Deus lhe deu, é o de apurar e dizer a verdade - custe o que custar. Se possível, de maneira clara, integra e objetiva. Cumprir tal tarefa, no entanto, está ficando cada vez mais difícil no jornalismo tupiniquim, com suas alianças espúrias e seus interesses inconfessos. Os jornalões se esmeram, apuram a roupagem visual, contratam "vedetes" e abrem dezenas de colunas para roubar o tempo do leitor.


Tudo sem muita importância. Pois diante da grande imprensa um espectro se impõe e apavora: o do jornalismo on line, livre e altivo como um falcão em vôo pleno.

Mídia sem Máscara

segunda-feira, julho 26, 2010

BANDIDOS E POLTRÕES

Olavo de Carvalho

Os termos em que o sr. Presidente da República apelou a José Serra, pedindo-lhe que pare de tocar na ferida das ligações PT-Farc, são uma obra-prima de tartufismo como raramente se viu na história do teatro universal.

Em vez de negar peremptoriamente que aquelas ligações existem -- o que seria muito temerário, dada a abundância de provas --, ele tentou sensibilizar o coração do candidato, exigindo dele a omissão cúmplice que, na iminência da revelação de crimes escabrosos, se esperaria de um velho companheiro de militância para quem a solidariedade mafiosa deve estar, segundo os cânones da moral presidencial, acima da verdade, acima do respeito aos eleitores, acima dos interesses da pátria, acima do bem e do mal.

A chantagem emocional é o mais velho recurso dos patifes apanhados de calças na mão, mas o sr. Presidente da República, mesmo sendo incapaz de abster-se desse golpe baixo, poderia ao menos ter tido a decência de usá-lo em privado, em vez de mostrar em público, uma vez mais, que não tem o menor senso de moralidade.

O autor desse apelo abjeto assinou, em 2001, como presidente do Foro de São Paulo, um voto de solidariedade integral às Farc e outras organizações criminosas, e deu provas em cima de provas de que seu governo e seu partido vêm cumprindo o compromisso à risca. Recusar-se a qualificar essas organizações como terroristas e narcotraficantes, que é o que elas são com toda a evidência, já é prova de solidariedade. Somem a isto as mobilizações políticas montadas instantaneamente pelo PT e outras agremiações de esquerda para libertar qualquer membro daquelas quadrilhas que seja preso no território nacional; a participação de ministros do governo Lula na propaganda das Farc através da revista América Libre; a contínua colaboração entre Farc e PT na formulação da estratégia esquerdista continental através das assembléias e grupos de trabalho do Foro de São Paulo; a recusa obstinada de levar em consideração as descobertas do juiz federal Odilon de Oliveira, que apresentou provas cabais da parceria entre as Farc e quadrilhas locais de assassinos e seqüestradores (tornando-se por isso virtualmente um prisioneiro, enquanto os acusados continuam à solta); somem tudo isso e me digam se existe, além do instinto de autodefesa dos envolvidos na tramóia, alguma razão para não falar de ligações entre PT e Farc, entre PT e MIR, entre PT e ELN ou entre o PT e qualquer outra organização pertencente ao Foro de São Paulo.

Quanto ao próprio Foro, que, sob as bênçãos do nosso partido governante, continua todo mês gastando quantias consideráveis em viagens de centenas de seus membros entre as várias capitais latino-americanas, o sr. Lula seria, mesmo quando ainda candidato, o primeiro a ter a obrigação de esclarecer qual o estatuto legal da entidade e de onde vem o dinheiro que a sustenta.

Como ninguém teve a coragem de lhe perguntar isso em 2002 nem em 2006, ele se sentiu livre para não dizer nada. Com o tempo, a licença para silenciar, que então lhe foi concedida como um favor pela polidez covarde dos seus adversários, da mídia, das classes empresariais, dos militares e de tutti quanti, tornou-se, na cabeça dele, um direito adquirido. É em nome desse direito imaginário que ele agora exige dos candidatos oposicionistas a gentileza da omissão cúmplice, mesmo quando essa gentileza arrisque, uma vez mais, tirar das mãos deles a arma da verdade e da justiça, a mais poderosa em qualquer eleição presidencial.

Está na hora de mostrar que esse direito nunca existiu, exceto como conjunção momentânea de interesses vis entre bandidos e poltrões.

Se o PT insistir em querer processar o candidato vice-presidencial Índio da Costa, o que este e José Serra têm a fazer para desmoralizar por completo a fanfarronada petista é muito simples:

1. Inserir no processo as atas completas das assembléias do Foro de São Paulo, a lista dos membros da entidade e a coleção das revistas America Libre. Isso já basta para comprovar a ligação que o PT desmente.

2. Inserir nos autos os dois discursos em que o sr. Lula reconhece, até com orgulho, o caráter secreto e clandestino das atividades do Foro de São Paulo.

3. Convocar o testemunho do juiz Federal Odilon de Oliveira, provando que o PT continuou a relacionar-se em bons termos com as Farc enquanto a Justiça Federal já tinha provas suficientes de que essa organização criminosa colaborava com quadrilhas locais empenhadas em matar cidadãos brasileiros a granel.

Façam isso e não apenas vencerão o processo e as eleições: conquistarão a gratidão de todos os brasileiros honrados.

Mídia sem Máscara

quarta-feira, julho 14, 2010

Nota para ser lida com um lenço ao alcance da mão

"Certo dia, bateu à porta um menino tão magro e de olhos tão tristes que ela rasgou ao meio a única nota que tinha. Ficou com metade da cédula e deu a outra metade ao menino. Dilma não sabia que meio dinheiro não valia nada. Mas já sabia dividir".

(Da biografia de Dilma Rousseff disponível no seu site de campanha.)

terça-feira, julho 13, 2010

FICHA LIMPA: OS DONOS DA LEI

Klauber Cristofen Pires

Ao se observar a estranha seletividade da aplicação da Lei da Ficha Limpa, nota-se que esta é apenas mais uma tática para incriminar opositores ao PT, o partido dos mensaleiros e dos legitimadores políticos do narcotráfico continental. É mais um fruto do aparelhamento das instituições realizado pela quadrilha de Lula e seus lacaios.

Ainda sobre a ficha limpa, assunto que retomo porque confirmam-se nos jornais as expectativas mais óbvias desde que o assunto tomou força a ponto de ter se concretizado em lei. Cadê a turma do mensalão, dos dólares na cueca, das invasões de terras, dos dossiês forjados?

Como eu e poucos previmos, o que o golpe da ficha limpa veio trazer foi uma espécie de dumping eleitoral - uma forma de produzir algum diferencial legal que ponha pra fora os rivais do sistema governista, e isto funciona de tal forma a privilegiar o grupo que detenha o maior poder de denunciar.

Ora, como foi que o PT subiu ao poder? Por meio de eficientíssimos órgãos de inteligência, alimentados por dados trazidos por milhares de militantes infiltrados em todos os órgãos, tais como a Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público, Ministério do Trabalho, Ibama, Incra, Banco Central, enfim, praticamente toda a máquina estatal.

O Intemo ("Inteligência do Movimento", pertencente ao MST), e a inteligência do PT, que restou cunhada como a PTpol, praticamente detêm o monopólio das informações sobre os seus inimigos. Lembram-se do procurador Luís Francisco de Souza, o Torquemada das esquerdas? Não se acomodem pelo seu silêncio, eis que desde 2003 o governo é do PT. Afinal, foi tão diligente que deu na vista. Ferveu o motor. Precisa do merecido repouso.

Porém, ainda há mais sobre o que falar, algo ainda mais poderoso do que a já escandalosa rede de espionagem e atuação movidas com desvio de finalidade: eu falo da capacidade de incriminar o que não é um delito, e de tornar inimputável os mais notórios crimes. Quem possui tal prerrogativa manipula as mentes das pessoas desde cima, detém o efetivo controle sobre a mídia, sobre os promotores públicos, e até sobre os advogados dos acusados.

Querem exemplos? Todas as acusações sobre alegados crimes de ódio, especialmente contra os homossexuais, transformaram-se, de uma hora para outra, em uma espécie de ordem de linchamento, aquela que ninguém sabe dizer de onde veio, mas que todos cumprem. E a tal da lei anti-homofobia nem sequer ainda existe, embora o governo já promova maciça campanha na tv e até mesmo nas escolas públicas. Outra: quando a Anvisa nem sequer havia publicado no DOU a sua tenebrosa RDC nº 24/2010, milhares de empresas já tratavam de ir se ajustando às futuras determinações que ainda estavam na prancheta.

E quanto ao aborto? Quantas clínicas de assassinato de nascituros já foram fechadas nos últimos anos? Quantas mulheres foram presas? Cumpre lembrar o extremo do bizarro, representado por abusiva ordem judicial a proibir o Sr Padre Lodi da Cruz de chamar abortistas de "abortistas".

E quanto às invasões de terras? Em um país em estado de plena sanidade mental, um cidadão não necessitaria entrar com uma ação de reintegração de posse: bastaria chamar a polícia. Invasão que corta cercas, carneia gado alheio, sabota tratores e máquinas, devasta o plantio e toca fogo em armazéns e outras benfeitorias não merece ser chamada de pacífica nem sequer na mente de conquistadores como Gênghis Khan, afinal, mesmo eles reconheciam o que faziam. Mas no Brasil os seus defensores chamam tais terroristas de "movimento social" e dizem-se indignados com a "criminalização" dos seus atos.

No Pará e no Paraná, a governadora Ana Júlia Carepa e o governador Roberto Requião têm sistematicamente desobedecido às ordens judiciais de reintegrações de posse. Pois pergunto: Estão, por acaso, alistados como inelegíveis por causa disto?

Resumindo: para um partido ou corrente ideológica que pode dizer o que é legal e o que não é, mesmo que constitua um crime, ou que, respectivamente, não o seja, e que possui em suas mãos todos os instrumentos para levantar dados contra seus opositores (mesmo que tais informações, formalmente, não os incriminem), a ficha-limpa é notoriamente o instrumento de aniquilação da oposição por via da capa preta. Destes, nem podemos dizer que se acham "acima" da lei: eles são a lei!

Olhem que estou dando exemplos notórios, tirados à vista grossa. Afinal, quando vêm à tona notícias como as que a CGU vinha selecionando por amostragem os municípios a serem auditados, e por "suprema coincidência", nunca eram do PT, é porque estamos vendo somente o cimo do iceberg...

Denunciar esta manobra é, sem dúvida, uma tarefa inglória, vez que até muitos famosos formadores de opinião que se situam como de direita aplaudem a nova lei. Todavia, precisamos persistir. No mínimo, para questionar por que a turma que instaurou o maior esquema de corrupção já havido no país nem sequer está na lanterna de tal lista.

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