PITTER LUCENA

Jornalista acreano radicado em Brasília

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil
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segunda-feira, agosto 31, 2009

QUATRO PONTO QUATRO

Não é um rifle papo-amarelo do século passado. É um número até certo ponto cabalístico, tração total de força mecânica, nada disso. Quatro ponto quatro são as voltas que fiz numa viagem dentro do meu eu e em todos os janeiros vividos neste planeta solar. Uma idade, uma história, uma vida vivida entre altos e baixos, nunca em linha reta tipo um tiro disparado para o nada. Aliás, uma reta não tem sentido se não para problemas exatos e, a bem da minha verdade, não gosto de nada que não tenha sentimentos em transmutações.

Vir ao mundo num último dia de um mês, escorregando para o outro, até me chama a atenção não por ser o derradeiro, mas, por está na porta do seguinte. Daí seria uma outra coisa, nada seria como o hoje de comemorar a estrada caminhada, o tempo passado e o presente sentido. As variações de percurso para chegar aqui foram muitas recheadas de alegrias e tristezas, de nortes incertos e escolhas feitas por razões e emoções. Mas vai-se vivendo chutando de vez em quando um balde aqui e outro ali. O importante é não parar no meio do caminho.

Sou o ponteiro doido de uma bússola sem direção, que num átimo de instante posso está em qualquer lugar, basta ter na carta da viagem imaginária o azimute dos sentimentos e deixar-se guiar para qualquer porto. Não precisa ter pressa ou agonia para chegar, no final vamos todos para o mesmo lugar. Irei um dia, mas, decerto, tenha certeza, contra minha vontade. Pensemos que a vida não passa de um passeio lento, ou não. Às vezes ela se torna colorida com rosas e seus cheiros divinos nos abrindo a porta para Deus. Outras, em preto e branco cheia de espinhos que machucam a alma, em tormentos de infinidade.

Dor e prazer. Duas situações que se misturam no decorrer da vida. Amor e ódio, idem. Esses elementos, depois de quatro ponto quatro, se apresentam para mim como caminhos a seguir. São setas para que cada um faça as devidas escolhas. Como luzes acesas que iluminam a árdua caminhada, os sentimentos falam por si só em tom firme e delicado para não machucar a sensibilidade dos que nos rodeiam. Busco na minha ferida a cura para o meu prazer. Portanto, amar é um dos caminhos a seguir e crer.

Vivo como a poesia de Drummond de Andrade quando diz que o amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar. Nesses quatro ponto quatro de vida, passeio de mãos dadas com Fernando Pessoa quando afirma em poesia: as vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido. E, o que me torna gente, penso eu, quando o mesmo Pessoa explica que tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Que venha o quatro ponto cinco.

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segunda-feira, agosto 24, 2009

COISAS DO ACRE EM BRASÍLIA

Aberta oficialmente nesta segunda-feira (24), no Senado Federal, a exposição “Coisas do Acre” do artista plástico Jorge Rivasplata, que reúne quadros históricos da Revolução Acreana, do líder seringueiro Chico Mendes, vistas da cidade de Rio Branco, índios, costumes urbanos e rurais do Acre. A amostra ficará à disposição do público até sábado (29).

Rivasplata estar em Brasília acompanhado do presidente da Associação dos Artistas Plásticos (AAPA), Glicélio Gomes, que tem contribuído na divulgação da exposição. A exposição de Rivasplata foi apresentada em cartões telefônicos da BrasilTelecom e em vários órgãos e instituições locais.

A cultura e as tradições amazônicas são seus temas preferidos, com destaque especial para a Revolução Acreana. Os 24 anos de trabalho do artista constituíram um acervo de obras que retrata o Acre desde os primeiros desbravadores da região, até líderes como Chico Mendes e outros de importância na história de luta do povo acreano.

Jorge Rivasplata de La Cruz, peruano radicado no Acre há mais de 20 anos, gosta de ser identificado como um brasileiro que gosta de ampliar os espaços para a cultura no Estado e incentivar o gosto pelas artes plásticas entre as novas gerações.

sexta-feira, agosto 14, 2009

INOCÊNCIA ROUBADA

Quem em sã consciência deixaria sua cria a mercê dos predadores? A resposta lógica seria ninguém, claro. E a vida, a inocência de uma criança? A Constituição Brasileira garante à essa criança saúde, educação e segurança. É lei máxima. Mas não é o que acontece no Brasil, principalmente nas famílias pobres. Elas são saqueadas diariamente em seus direitos elementares de cidadãs. São humilhadas e torturadas psicologicamente pelo seu estado de ser pobre. São calvários da sobrevivência, vividas diariamente.

A realidade nua e crua nos mostra uma outra Constituição. Aquela do mundo selvagem, onde os fracos não têm vez. E, isso, acontece com milhares de famílias pobres do Acre, quando o assunto é abuso sexual contra crianças e adolescentes. Essas famílias não têm voz, imagem e a própria sombra são aspectos figurativos de um mundo sem sentido. Dez reais em casa, no boteco ou algo que valha a pena, é um mundo a ser olhado de forma diferente. Dessa miséria humana nasce o predador da inocência humana: o pedófilo.

O pedófilo é sempre alguém que tem dinheiro para comprar alguém. E, esse alguém, sempre é uma criança de origem marginalizada pela pobreza. Crianças que os pais se matam para dar comida no dia seguinte, mas elas, sem ter o que fazer, brincam na rua em frente de casa em bairros periféricos: ponto dos marginais do sexo. Elas não entendem nada de vida. Um chocolate, um picolé, uma voltinha de carro são o suficiente para uma nova amizade com um desconhecido. Pronto, firmou-se o começo do crime para os animais pedófilos. Até hoje não soube que a filha de uma pessoa rica tenha sido vítima desse tipo de crime.

Geralmente, quando acontece um caso de um pobre ter tido relações com uma menor de idade, ou enfrenta o padre ou vai para a cadeia e não se fala mais nisso. Agora quando um endinheirado, promotor, juiz, desembargador, advogado, jornalista, empresário, deputado e tantos outros mais, o rumo é diferente. Basta ter dinheiro ou poder para não ser denunciado à justiça. Existe uma compra ou ameaças para calar a voz da inocência. Se não existe denúncia não há nada e ponto final.

Exemplo: quando uma criança de 11 anos foi estuprada e levada para a Maternidade Bárbara Heliodora, tanto a criança, quanto a mãe sabiam do animal que havia cometido o crime. Criança e mãe foram levadas na mesma noite para prestar queixa na delegacia da mulher. A delegada quando soube quem era o acusado, mesmo a mãe dizendo o nome do criminoso, colocou no Boletim de Ocorrência “sujeito não identificado”. O que vale é a palavra da “autoridade” e assim caminha a humanidade.

O nome Antonio Manoel foi relevado na delegacia, mas retirado da ocorrência, por ser gente do governo, gente “da alta” como dizem. E assim foram outras dezenas ou centenas de casos. Para essa gente pobre que tiveram ou têm filhas ou filhos envolvidos nessa situação, sofrendo ameaças de serem presas e outros tipos de punição, o silêncio é o melhor remédio. A dor de uma mãe, a humilhação de um pai de não ter voz foi embora pela porta de frente da vida.

A CPI da Pedofilia do Acre tem por obrigação aceitar todas as denúncias, denúncias essas, na sua maioria, conhecidas por todo mundo. Outras que serão feitas, em curto espaço de tempo, para a sua grandiosidade. Uma CPI desse porte é para lavar a alma da sociedade acreana. Dizer um basta para as atrocidades contra milhares de famílias destruídas por esse tipo de crime, o tempo é agora.

A advogada Joana D`arc revelou em depoimento na Aleac nomes de pessoas envolvidas com pedofilia. Agora pense na pressão que as vítimas passaram ou estão passando para não falarem nada. Digo, vítimas, as famílias algemadas pelo medo do silêncio. Agora é a vez da Aleac dá sua contribuição num trabalho que, no mínimo, levará a paz para um grande número de famílias destroçadas. Tudo isso depende da CPI da Assembléia Legislativa do Acre.

quarta-feira, agosto 12, 2009

ORIGEM DOS NOMES DOS ESTADOS DO BRASIL

Acre: vem de aquiri, touca de penas usada pelos índios munducurus


Alagoas: o nome é derivado dos numerosos lagos e rios que caracterizam o litoral alagoano.


Amazonas: nome de mulheres guerreiras que teriam sido vistas pelo espanhol Orellana ao desbravar o rio. Para Lokotsch, vem de amasuru, que significa águias retumbantes.


Bahia: o nome foi dado pelos descobridores em função de sua grande enseada.


Ceará: vem de siará, canto da jandaia, uma espécie de papagaio.


Espírito Santo: denominação dada pelo donatário Vasco Fernandes Coutinho que ali desembarcou em 1535, num domingo dedicado ao Espírito Santo.


Goiás: do tupi, gwa ya, nome dos índios guaiás, gente semelhante, igual.


Maranhão: Do tupi, mba’ra, mar, e nã, corrente, rio que semelha o mar, primeiro nome dado ao rio Amazonas.


Mato Grosso: o nome designa uma região com margens cobertas de espessas florestas, segundo antigos documentos.


Minas Gerais: o nome deve-se às muitas minas de ouro espalhadas por quase todo o estado.


Pará: do tupi, pa’ra, que significa mar, designação do braço direito do Amazonas, engrossado pelas águas do Tocantins.


Paraíba: do tupi, pa’ra, rio, e a’iba, ruim, impraticável.


Paraná: do guarani pa’ra, mar, e nã, semelhante, rio grande, semelhante ao mar.


Pernambuco: do tupi, para’nã, rio caudaloso, e pu’ka, gerúndio de pug., rebentar, estourar. Relativo ao furo ou entrada formado pela junção dos rios Beberibe e Capibaribe.


Piauí: do tupi, pi’au, piau, nome genérico de vários peixes nordestinos. Piauí é o rio dos piaus.


Rio de Janeiro: o nome deve-se a um equívoco: Martim Afonso de Souza descobriu a enseada a 1º de janeiro de 1532 e a confundiu com um grande rio.


Rio Grande do Norte: derivado do rio Potengi, em oposição a algum rio pequeno, próximo, ou ao estado do Sul.


Rio Grande do Sul: vem do canal que liga a lagoa dos Patos ao oceano.


Rondônia: o nome do estado é uma homenagem ao marechal Rondon.


Santa Catarina: nome dado por Francisco Dias Velho a uma igreja construída no local sob a invocação daquela santa.


São Paulo: denominação da igreja construída ali, pelos jesuítas, em 1554 e inaugurada a 25 de janeiro, dia da conversão do santo.


Sergipe: do tupi, si’ri ü pe, no rio dos siris, primitivo nome do rio junto à barra da capitania.


Tocantins: nome de tribo indígena que habitou as margens do rio. É palavra tupi que significa bico de tucano.

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