PITTER LUCENA
Jornalista acreano radicado em Brasília
sexta-feira, julho 31, 2015
Quem não lembra do Mercado Velho antes de ser transformado
no Novo Mercado Velho? Nas décadas de 80 e 90 havia ali uma vida muito doida,
de encontros e desencontros, território livre para todo tipo de gente. Na Praça
da Bandeira, entrada para os vários becos do local, os vendedores infernizavam
a vida dos transeuntes oferecendo todo tipo de mercadoria. Um ambiente ideal
para curar qualquer tipo de depressão. Nos corredores as pessoas eram puxadas
pelo braço para alguma compra. Mesmo se não comprasse nada, a conversa evoluía.
Poucos metros mais a frente já se sentia o cheiro saído das
panelas das inúmeras pensões que serviam comidas e dos botecos sempre cheios de
homens vazios. Era nesse mundo surreal que muitos se perdiam na vida pelo
alcoolismo, problemas amorosos, desemprego ou pura vadiagem mesmo. Naquele
antro boêmio, não havia discriminação, ideologia, pecados ou pecadores. Havia
sim, de tudo um pouco, alegria, sofrimento, sonhos e decepções. Mesmo cada um
no seu quadrado, tudo e todos se misturavam como numa pintura de Dali.
Sem preconceitos
Aos sábados o movimento aumentava quando profissionais
liberais como jornalistas, ribeirinhos, pescadores, caçadores e tantos outros
mentirosos, enchiam as pequenas pensões para comer um peixe frito, tomar uma
cerveja e olhar as águas barrentas do rio Acre descerem lentamente em curso
certo, num destino incerto rumo ao mar. Sem pressa para a vida, ficar ali
parado no tempo era o tempo necessário para a chegada do fim do dia.
Assim vivíamos nas tardes de sábados. Nesse pequeno mundo
não existia o senso do imediato, a ideia de dissolução, de irresponsabilidade,
de vícios, da embriaguez consciente, do ócio, de uma ressaca mal curada. Não
havia rótulos para indivíduos irresponsáveis ou pessoas sem regras ou
disciplina. A boa conversa se misturava com passeios imaginários de homens,
ratos, bêbados, mulheres de vida fácil, evangélicos e afins. Nada a declarar
naquele pequeno espaço de tempo, apenas sentir o cheiro da fumaça do tabaco ao
lado e a visão de sombras que passam para lugar nenhum.
Sexo animal
Num certo dia, ao observar o caminho do rio, um amigo
começou a sorrir desesperadamente ao ouvir o som de um violão apaixonado de um
boêmio que se sentara ao nosso lado. Achei legal pois na minha concepção o
sorriso é a curva mais bonita que alguém precisa ter. Pensei com meus botões de
que ele estaria sorrindo de felicidade, por não ter tantos problemas
corriqueiros. O mundo seria bem mais alegre se todos que o habitam fizessem a
mesmo, desse mais lugar para felicidade do que para a tristeza.
Mas para o meu espanto, meu amigo com os olhos arregalados,
apontava para uma pequena ilha de areia que se formara entre as duas pontes,
dizendo haver dois seres mágicos reluzentes fazendo amor em plena luz do dia.
Esmiucei o olhar e vi um casal de botos cor-de-rosa que praticava a dança do
acasalamento, uma imagem rara em pleno setembro. Extasiado com tanta beleza,
assisti de camarote, a natureza perpetuando a espécie. Depois, como um raio de
luz, se foram. Ficaram apenas as lembranças que, como o vento, vão e vem lentamente
com o mesmo frescor.
Bar da Loura
Além dos bares, botecos e pensões que haviam no Mercado
Velho, tinha um em especial: o bar da Loura, um inferninho que funcionava à luz
do dia, à beira do rio Acre, quase debaixo da ponte metálica. Era lá que funcionava
uma série de tipos de lazer: cerveja, sinuca e mulher; parque de diversão para
os ribeirinhos, colonos e pessoas do gênero. Como o bar tinha uma varanda para
o rio, servia de mirante para inocentes e incautos quanto à serventia do
estabelecimento.
No bar da Loura, principalmente nos fins de semana, a vida
era agitada. Com a vinda de ribeirinhos para vender seus produtos na cidade,
grande parte deles, ia comprar com o dinheiro arrecadado, outras coisas como o
prazer, na casa do amor. Uma vista para o rio, duas sinucas e um quartinho ao
lado do banheiro para a satisfação de alguém do sexo masculino, era tudo para
quem estava numa seca braba.
As moçoilas se alegravam com a casa cheia e desfilavam entre
os presentes de shortinhos apertados, oferecendo sorrisos e convites para uma
gelada. Estava lançada a sorte para a rapaziada com a “coisa” na cabeça. Por 20
paus era possível ficar até uma hora no rala e rola no cubículo ao lado do
banheiro. Um dia, durante uma friagem, um camarada com pena de uma das meninas,
deixou pago a molhada do biscoito mas nunca voltou lá. O Jorge Viana reformou o
espaço e tudo acabou.
Novo Mercado Velho
O antigo Mercado Municipal, mais conhecido como Mercado
Velho foi construído no final da década de 20, na gestão do Governador do
Território, Hugo Carneiro. Sua construção foi um marco na história da
urbanização de Rio Branco por ter sido a primeira grande construção em
alvenaria da cidade. Passou por uma obra de revitalização que resgatou a
importância do espaço e levou a população a visitá-lo com mais frequência. No
prédio do Novo Mercado Velho, os antigos comerciantes, muitos com quarenta anos
de atuação no local, foram mantidos em suas vendas, bares, lojinhas de ervas e
produtos religiosos. No local também funcionam pensões, lanchonetes, cafés e
lojas de artesanato.
quarta-feira, março 25, 2015
PEDÓFILO ANTÔNIO MANOEL QUER REGALIAS
Não há coisa mais repugnante do que um homem ser desonesto, principalmente quando o assunto é uma criança, ou mesmo, uma adolescente. Leio no site 24horas que o criminoso Antônio Manoel Camelo Rodrigues, preso por prática de pedofilia, exige regalias dentro do presídio onde se encontra desde 2002. Que regalias ele quer? Está comendo e bebendo às custas do dinheiro público. E, ainda, com tempo para escrever mais sandices que ele chama de poesia. A maioria das poesias feitas, antes de ser preso, tem o grito de dor das crianças estupradas e, as letras, respingam o sangue vaginal de suas vítimas.
Não há coisa mais repugnante do que um homem ser desonesto, principalmente quando o assunto é uma criança, ou mesmo, uma adolescente. Leio no site 24horas que o criminoso Antônio Manoel Camelo Rodrigues, preso por prática de pedofilia, exige regalias dentro do presídio onde se encontra desde 2002. Que regalias ele quer? Está comendo e bebendo às custas do dinheiro público. E, ainda, com tempo para escrever mais sandices que ele chama de poesia. A maioria das poesias feitas, antes de ser preso, tem o grito de dor das crianças estupradas e, as letras, respingam o sangue vaginal de suas vítimas.
Antônio Manoel não pode, de maneira alguma, ter privilégios dentro da prisão. Se tiver, farei campanha para que todos os outros criminosos julgados, também os tenham. Antônio Manoel não pode ser considerado homem normal, é um criminoso das piores estirpes e, por isso, não pode sair da cadeia. Se sair fará novas vítimas. Essas vítimas não serão meninas filhas de autoridades. Serão crianças da periferia de Rio Branco, viventes da fome, da desestrutura familiar, da falta de expectativa de vida, falta de amor próprio e esperança. Crianças, apenas crianças.
Durante três meses investiguei a vida e os passos de Antônio Manoel, depois de denúncias de que ele era o responsável por uma série de casos de crianças vítimas de estupros atendidas na maternidade Bárbara Heliodora, de Rio Branco. Nessa maternidade ele tinha uma irmã enfermeira que encobria os crimes praticados por ele. Não foram poucos os casos. Desde 1985 os crimes eram encobertos desde a delegacia até à casa de saúde.
O maníaco aliciava meninas pobres na periferia de Rio Branco e mantinha relações sexuais com elas em sua residência, na estrada Dias Martins. Na casa, distante de vizinhos, as crianças eram estupradas sem dor nem piedade. Quando descobrir o cativeiro onde as meninas eram estupradas, acionei a Polícia Federal que encontrou mais de mil negativos de fotos de menores nuas, praticando sexo entre elas e com o acusado. Crianças de 10, 11, 12 anos de idade. Essas fotos foram apresentadas na CPI da Prostituição Infantil do Congresso Nacional.
Manoel foi pego quando estuprou uma menina de apenas 11 anos de idade. Uma criança em formação. Moradora no bairro periférico chamado Mauri Sérgio, a menina foi aliciada por uma outra menor, a mando do criminoso, e levada à casa dele onde foi estuprada. Depois do crime, a menor foi levada em estado lastimável para a maternidade Bárbara Heliodora onde recebeu os cuidados da irmã enfermeira. Infelizmente, para ele, o caso chegou ao meu conhecimento. A suspeita do crime apareceu quando a mãe da menor denunciou o crime na delegacia da mulher e, a delegada, amiga dele, havia registrado no boletim de ocorrência que o autor era desconhecido. Ao checar os dados na havia dúvidas.
Depois de 12 horas de trabalho intenso fiz a denúncia ao juizado do menor com provas cabais. Antônio Manoel, por fazer parte do alto clero do PT, nunca pensou em ser preso. Mas foi graças à competência da juíza Maria Tapajós, titular do juizado da infância e juventude do Acre, foi preso um dia antes de tentar fugir para os Estados Unidos. Ninguém acreditava que um dos fundadores do PT no Acre, amigo do presidente Lula e dos irmãos Viana, fosse parar atrás das grades.
Com a prisão de Antônio Manoel, outras vítimas dele compareceram à delegacia para prestar depoimento. Cinco meninas na faixa etária de 11 a 13 anos foram aliciadas e estupradas pelo escritor, que cultivava o hábito de filmar e fotografar as vítimas em poses eróticas.
À época, a sentença de 34 anos foi dada pelo juiz Raimundo Nonato, referiu-se apenas a dois dos cinco processos a que Antônio Manoel respondia por pedofilia. Atualmente ele responde a mais de oito e, se depender de mim, deve passar o resto da vida na cadeia. Um homem que estupra uma criança não merece respeito da sociedade. A última vitima do maníaco, segundo os médicos, nunca será mãe.
quarta-feira, novembro 14, 2012
AS MAIS BELAS PONTES DO PLANETA
Espalhadas por todos os cantos do mundo, as pontes fazem parte da história da humanidade, e costumam ser associadas, sobretudo, à sua função - a de vencer obstáculos naturais ou construídos, como rios, vales ou até bairros inteiros. Mas muitas delas são conhecidas por sua beleza e, também, pela quebra de recordes. Abaixo as 10 pontes que, por um motivo ou outro, podem ser consideradas as mais incríveis do planeta. Confira.
5. Donghai, China
Donghai é a segunda ponte mais extensa do mundo sobre o mar, tendo perdido o primeiro lugar, em 2008, para a ponte sobre a Baía de Hangzhou. Com 31,5 km, ela conceta o porto de Xangai às ilhas Yangshan, onde está sendo construído o maior porto de águas profundas do planeta.
9. Forth, Escócia
Erguida entre 1958 e 1964, a ponte Forth conecta as cidades de Edimburgo e Fife, na Escócia. Durante séculos, o trajeto foi feito por um sistema de barcas que atualmente está desativado. A ideia de construir uma ponte no local remonta ao século 11, mas somente no século 19 começou a se concretizar. O projeto, porém, só saiu do papel a partir de 1947. Inaugurada pela Rainha Elizabeth II, a ponte é considerada um marco da engenharia britânica.
Fonte: Casavogue
1. Henderson Waves, Singapura
Com 36 m de altura, a ponte Henderson Waves é a passarela de pedestres mais elevada de Singapura. Foi construída para unir dois dos principais bairros da cidade, o Mount Faber e o Telok Blangah Hill. Seus sete volumes ondulados, além de criarem uma identidade única, funcionam como salões onde os transeuntes podem se sentar e observar a paisagem. Durante a noite, a iluminação com lâmpadas LED cria um efeito visual único entre as ripas de madeira amarelada que definem a ponte.
2. Juscelino Kubitschek, Brasília
Também conhecida como Ponte JK, a estrutura atravessa o Lago Paranoá em um percurso com mais de 1.200 m, sendo um dos principais símbolos de Brasília. Inaugurada em 2002, conecta as áreas do Paranoá, do Lago Sul e do São Sebastião ao Eixo Monumental.
3. Millau, França
Mais elevada ponte de veículos do planeta, o Viaduto de Millau tem 343 m de altura e foi projetado pelo arquiteto inglês Norman Foster, em parceria com o engenheiro francês Michel Virlogeux. Feita para facilitar a travessia do vale do rio Tarn, ela é uma grande ponte suspensa feita de diversas estruturas estaiadas, e, por isso mesmo, é considerada uma das principais obras de engenharia do século 20.
4. Octávio Frias de Oliveira, São Paulo
Localizada sobre o rio Pinheiros, a ponte Octávio Frias de Oliveira é a única estrutura estaiada do planeta a ter duas pistas, em curva, conectadas a um mesmo mastro. Levou três anos para ser construída e foi inaugurada em 2008, tornando-se um cartão postal de São Paulo.5. Donghai, China
Donghai é a segunda ponte mais extensa do mundo sobre o mar, tendo perdido o primeiro lugar, em 2008, para a ponte sobre a Baía de Hangzhou. Com 31,5 km, ela conceta o porto de Xangai às ilhas Yangshan, onde está sendo construído o maior porto de águas profundas do planeta.
6. Magdeburg, Alemanha
Localizada na Alemanha, a ponte possui a estrutura de um aqueduto - como o da Lapa, no Rio de Janeiro -, mas foi projetada para ser cruzada por grandes embarcações. Inaugurada em 2003, e medindo um total de 920 metros de comprimento, ela é a maior travessia navegável já feita pelo homem, e conecta dois canais - o Elbe-Havel e o Mittelland - ao passar por cima do Rio Elba, um dos mais importantes da Europa, próximo à cidade de Magdeburg.
7. Banpo, Coreia do Sul
Um dos símbolos de Seul, a ponte Banpo foi construída em 1982 e cruza o rio Han, ligando os distritos de Seocho e Yongsan. Durante a cheia do rio, ela se mantem parcialmente submersa, enquanto no resto do ano, ela conta com um sistema de fontes luminosas que colore a travessia e é uma das principais atrações beira-rio na capital sul-coreana.
8. Chengyang, China
O visual da ponte Chengyang é milenar, mas sua construção começou há menos de 100 anos, em 1916. Isso porque ela segue o estilo arquitetônico das cidades construídas pela etnia Dong, uma população que há milênios vive na China e que tem a tradição de construir travessias cobertas. Feita somente de pedra e madeira, a passarela tem três andares e conta com 19 terraços, que funcionam como mirantes.9. Forth, Escócia
Erguida entre 1958 e 1964, a ponte Forth conecta as cidades de Edimburgo e Fife, na Escócia. Durante séculos, o trajeto foi feito por um sistema de barcas que atualmente está desativado. A ideia de construir uma ponte no local remonta ao século 11, mas somente no século 19 começou a se concretizar. O projeto, porém, só saiu do papel a partir de 1947. Inaugurada pela Rainha Elizabeth II, a ponte é considerada um marco da engenharia britânica.
10. Vecchio, Florença
A história do Ponte Vecchio (em português, Ponte Velha), que cruza o Rio Arno, remonta à Roma Antiga. Construída originalmente em madeira, ela pegou fogo em 1333, e foi reerguida em 1345, ganhando as feições atuais. Desde então, abriga joalheiras e ateliês de ourives, e é um dos símbolos de Florença. Sua forma consiste em três arcos tipicamente medievais, sendo que o maior deles tem mais de 30 m de diâmetro.Fonte: Casavogue
segunda-feira, agosto 20, 2012
A ARTE DE APRENDER COM AS DIFICULDADES
Carlos Cardoso Aveline
Uma velha fábula indiana conta que, há milhares de anos, vivia em um templo abandonado uma grande cobra venenosa. Seu nome era Naga. Em geral, Naga tinha bons sentimentos, mas despertava terror nos habitantes da aldeia próxima porque – quando incomodada – atacava as pessoas.
Certo dia, um sábio desconhecido apareceu misteriosamente no local. Sentou-se junto ao templo e chamou Naga para uma conversa. Disse-lhe que a vida é, na verdade, uma grande escola espiritual, e que aprendemos o tempo todo, mesmo quando não temos consciência disso. “Mas o aprendizado é muito mais rápido ― e muito mais difícil ― quando fazemos um esforço consciente por iniciativa própria”, acrescentou.
A consciência de Naga se expandiu. O animal viu a luz da sabedoria, e disse que desejava trilhar o caminho do esforço consciente. O instrutor mencionou então duas condições básicas para esse tipo de aprendizado.
“O primeiro passo é o autocontrole”, disse ele. “O processo sagrado começa à medida que o aprendiz deixa de obedecer aos instintos animais”. E acrescentou, antes de prosseguir viagem: “Ao mesmo tempo, há uma outra condição. É preciso ser fraterno e pacífico em relação a todos os seres”.
Impressionada pela força das palavras do mestre, a cobra Naga deixou de lado as preocupações mundanas. Praticou meditação, aproximou-se da sua alma imortal e experimentou a paz do universo infinito. Ela também tomou uma decisão: “De agora em diante, vou controlar os meus instintos e não morderei mais ninguém”.
A lei da evolução estabelece que todo conhecimento deve ser testado na prática, e o caso de Naga não foi uma exceção. Seu novo comportamento chamou atenção das crianças da aldeia. Por que razão ela ficava o dia todo imóvel, em jejum, recitando mantras e meditando sob o calor do sol? Quando todos compreenderam que o animal não atacava, começaram os risos, o desprezo e as agressões à base de paus e pedras. Com o tempo, Naga emagreceu. Adoeceu. Sua pele começou a cair. Mas ela perseverava.
Um ano depois, o animal está sem forças e à beira da morte, quando o mestre desconhecido aparece outra vez e senta-se para conversar. A cobra conta ao sábio tudo o que aconteceu e fala – feliz – da sua lealdade ao caminho espiritual. Surpreso, o mestre explica que tamanha dor não era necessária:
“Amiga, eu disse para você não atacar. Não disse que não ameaçasse morder. Não disse que não preparasse o bote. Não deixe de impor respeito: não faça mal a ninguém, mas – quando necessário – defenda-se sem violência.”
Qual foi, então, o erro de Naga? Ela idealizou o caminho da sabedoria de maneira ingênua e ignorou o fato de que conflitos e contradições fazem parte da vida. Os exemplos são muitos. A cada momento temos de tomar decisões, e antes de cada decisão há uma certa luta entre diferentes tendências em nosso interior. As pessoas vivem conflitos psicológicos dentro de si, e se isso é verdade, é também natural que haja discordâncias nas relações humanas e sociais.
Contraste é vida, e vida é movimento. A uniformidade imobilista não é saudável. Quando as pessoas têm medo das discordâncias naturais, elas passam a reprimir as suas diferenças de opinião na esperança de preservar a paz. Assim, a sinceridade é substituída pela cortesia. Gradualmente, a confiança mútua desaparece, abrindo espaço para a má-vontade, os sentimentos hipócritas e a deslealdade.
Por isso a sinceridade é sempre melhor que a harmonia forçada. Naturalmente, é agradável estar rodeado de pessoas que concordam conosco em todos os aspectos. Mas, se fosse possível viver desse modo o tempo todo, nossa evolução correria grave risco de ser interrompida. Assim como as pedras dos rios ficam redondas após longos anos de atrito, também os seres humanos necessitam de suas dificuldades e contradições para aperfeiçoar-se.
É certo que devemos evitar as desarmonias, mas em muitos casos elas são inevitáveis, e então o melhor que podemos fazer é aprender com elas. Para o pensador grego Plutarco (46. d.C.- 120 d.C.) os inimigos são comparáveis às dificuldades naturais que a vida coloca diante de nós. Um velejador experiente não se desespera com o vento contrário, mas sabe usá-lo para avançar no rumo certo. Do mesmo modo, devemos aproveitar as inimizades e outros desafios para aumentar nosso autoconhecimento.
“O fogo queima quem o toca, mas também fornece luz e calor e serve a uma infinidade de usos para aqueles que sabem utilizá-lo”, explica Plutarco. A situação é idêntica com os adversários ou invejosos: “O que é mais prejudicial na inimizade pode tornar-se o mais proveitoso”, diz ele. “É que teu inimigo, continuamente atento, espia tuas ações na expectativa da menor falha, e fica à espreita em torno da tua vida”.
Na tarefa de identificar nossos erros, os inimigos são mais úteis que os amigos. Os adversários aumentam o perigo e, com isso, não nos deixam adormecer na rotina. Para Plutarco, necessitamos amigos sinceros e inimigos ardentes: “uns nos afastam do mal por suas advertências, os outros, por sua censura”. Porém, os amigos geralmente evitam falar com franqueza. Além disso, o amor pode ser cego em relação a aquilo que ele ama. Mas o rancor consegue revelar as manias e os fracassos de qualquer um.
Quando o invejoso mente em suas críticas, podemos lembrar que, seja como for, nós ainda estamos longe da perfeição. É verdade que ele vê erros em nós que não existem. Mas talvez haja erros em nós que ele não vê. Devemos aproveitar a oportunidade de uma crítica contra nós para exercer vigilância e aumentar nossa força interior. A confiança no bem e a autoconfiança nos darão tranquilidade para observar os erros do ponto de vista do nosso potencial divino. E, sobretudo, para valorizar nossos acertos.
Carlos Cardoso Aveline é jornalista.
Uma velha fábula indiana conta que, há milhares de anos, vivia em um templo abandonado uma grande cobra venenosa. Seu nome era Naga. Em geral, Naga tinha bons sentimentos, mas despertava terror nos habitantes da aldeia próxima porque – quando incomodada – atacava as pessoas.
Certo dia, um sábio desconhecido apareceu misteriosamente no local. Sentou-se junto ao templo e chamou Naga para uma conversa. Disse-lhe que a vida é, na verdade, uma grande escola espiritual, e que aprendemos o tempo todo, mesmo quando não temos consciência disso. “Mas o aprendizado é muito mais rápido ― e muito mais difícil ― quando fazemos um esforço consciente por iniciativa própria”, acrescentou.
A consciência de Naga se expandiu. O animal viu a luz da sabedoria, e disse que desejava trilhar o caminho do esforço consciente. O instrutor mencionou então duas condições básicas para esse tipo de aprendizado.
“O primeiro passo é o autocontrole”, disse ele. “O processo sagrado começa à medida que o aprendiz deixa de obedecer aos instintos animais”. E acrescentou, antes de prosseguir viagem: “Ao mesmo tempo, há uma outra condição. É preciso ser fraterno e pacífico em relação a todos os seres”.
Impressionada pela força das palavras do mestre, a cobra Naga deixou de lado as preocupações mundanas. Praticou meditação, aproximou-se da sua alma imortal e experimentou a paz do universo infinito. Ela também tomou uma decisão: “De agora em diante, vou controlar os meus instintos e não morderei mais ninguém”.
A lei da evolução estabelece que todo conhecimento deve ser testado na prática, e o caso de Naga não foi uma exceção. Seu novo comportamento chamou atenção das crianças da aldeia. Por que razão ela ficava o dia todo imóvel, em jejum, recitando mantras e meditando sob o calor do sol? Quando todos compreenderam que o animal não atacava, começaram os risos, o desprezo e as agressões à base de paus e pedras. Com o tempo, Naga emagreceu. Adoeceu. Sua pele começou a cair. Mas ela perseverava.
Um ano depois, o animal está sem forças e à beira da morte, quando o mestre desconhecido aparece outra vez e senta-se para conversar. A cobra conta ao sábio tudo o que aconteceu e fala – feliz – da sua lealdade ao caminho espiritual. Surpreso, o mestre explica que tamanha dor não era necessária:
“Amiga, eu disse para você não atacar. Não disse que não ameaçasse morder. Não disse que não preparasse o bote. Não deixe de impor respeito: não faça mal a ninguém, mas – quando necessário – defenda-se sem violência.”
Qual foi, então, o erro de Naga? Ela idealizou o caminho da sabedoria de maneira ingênua e ignorou o fato de que conflitos e contradições fazem parte da vida. Os exemplos são muitos. A cada momento temos de tomar decisões, e antes de cada decisão há uma certa luta entre diferentes tendências em nosso interior. As pessoas vivem conflitos psicológicos dentro de si, e se isso é verdade, é também natural que haja discordâncias nas relações humanas e sociais.
Contraste é vida, e vida é movimento. A uniformidade imobilista não é saudável. Quando as pessoas têm medo das discordâncias naturais, elas passam a reprimir as suas diferenças de opinião na esperança de preservar a paz. Assim, a sinceridade é substituída pela cortesia. Gradualmente, a confiança mútua desaparece, abrindo espaço para a má-vontade, os sentimentos hipócritas e a deslealdade.
Por isso a sinceridade é sempre melhor que a harmonia forçada. Naturalmente, é agradável estar rodeado de pessoas que concordam conosco em todos os aspectos. Mas, se fosse possível viver desse modo o tempo todo, nossa evolução correria grave risco de ser interrompida. Assim como as pedras dos rios ficam redondas após longos anos de atrito, também os seres humanos necessitam de suas dificuldades e contradições para aperfeiçoar-se.
É certo que devemos evitar as desarmonias, mas em muitos casos elas são inevitáveis, e então o melhor que podemos fazer é aprender com elas. Para o pensador grego Plutarco (46. d.C.- 120 d.C.) os inimigos são comparáveis às dificuldades naturais que a vida coloca diante de nós. Um velejador experiente não se desespera com o vento contrário, mas sabe usá-lo para avançar no rumo certo. Do mesmo modo, devemos aproveitar as inimizades e outros desafios para aumentar nosso autoconhecimento.
“O fogo queima quem o toca, mas também fornece luz e calor e serve a uma infinidade de usos para aqueles que sabem utilizá-lo”, explica Plutarco. A situação é idêntica com os adversários ou invejosos: “O que é mais prejudicial na inimizade pode tornar-se o mais proveitoso”, diz ele. “É que teu inimigo, continuamente atento, espia tuas ações na expectativa da menor falha, e fica à espreita em torno da tua vida”.
Na tarefa de identificar nossos erros, os inimigos são mais úteis que os amigos. Os adversários aumentam o perigo e, com isso, não nos deixam adormecer na rotina. Para Plutarco, necessitamos amigos sinceros e inimigos ardentes: “uns nos afastam do mal por suas advertências, os outros, por sua censura”. Porém, os amigos geralmente evitam falar com franqueza. Além disso, o amor pode ser cego em relação a aquilo que ele ama. Mas o rancor consegue revelar as manias e os fracassos de qualquer um.
Quando o invejoso mente em suas críticas, podemos lembrar que, seja como for, nós ainda estamos longe da perfeição. É verdade que ele vê erros em nós que não existem. Mas talvez haja erros em nós que ele não vê. Devemos aproveitar a oportunidade de uma crítica contra nós para exercer vigilância e aumentar nossa força interior. A confiança no bem e a autoconfiança nos darão tranquilidade para observar os erros do ponto de vista do nosso potencial divino. E, sobretudo, para valorizar nossos acertos.
Carlos Cardoso Aveline é jornalista.
segunda-feira, junho 04, 2012
CAGADA NO CONGA
Lembrar disso cheira a merda. Mas como tenho que retratar o assunto é melhor ir direto a ele. Quando menino a gente passa por muitas situações que, na maioria delas, achamos melhor esquecer. Mas como esquecer de uma cagada no sapato que a gente mais gosta? É difícil mas vou retratar em detalhes o que ocorreu, sem o cheiro é claro.
Ao chegar em casa, morava às margens do igarapé Judia, corri logo para as mangueiras que ficavam a menos de 500 metros. Fui de conga, sapato que todo pobre queria um. Não era um conga qualquer: era um conga Alcollor, lindo de morrer. Na realidade os Alcollors eram todos iguais, mas para quem estava dentro de um deles era o moleque do momento, lindo, o cara, o dono da cocada preta.
Olhei para cima e vi uma manga pitel, pense numa pitel, daquelas que mulher buchuda derruba só com o olhar de tanto desejo. A mangueira, a mãe da manga pitel era enorme, mas minha conhecida de velhos tempos. Sabia como escalá-la sem problemas e, aquela manga bem rosinha, brilhando com os raios do sol batendo entre uma folha e outra, estava em minha boca. Estava ela (a manga) na ponta de um galho muito alto, bem alto, que só um artista que nem eu sabia como buscá-la.
Observei ao redor, não havia ninguém para atrapalhar naquela empreitada. Tirei o meu lindo sapato que havia duas semanas chegado à mim, com um medo danado de alguém levá-lo enquanto estava trepado na mangueira. A árvore de tronco forte de uns 100 anos devia ter uns 30 metros de altura, não era problema e comecei a subir, pega aqui, pega ali e vou indo tranqüilo, até cantarolando alguma coisa. Para o meu espanto comecei a ouvir vozes.
Eram três garotos conhecidos meus, filhos de papai, (por assim dizer) gente rica que andava pelo mangueiral para se divertir, aprontar e aprontar. Eu, lá em cima no olho da mangueira, olhava com preocupação o que se passava lá embaixo. Meu querido conga estava lá no pé da mangueira, porque subir de sapato escorrega e é perigoso cair de certa altura. Deus meu, eles fizeram o inimaginável.
Eu, trepado, os via. Eles embaixo não viam nada de quem estava em cima. Começaram a orgia, sacanagem pura, falando alto e em bom tom de como um imbecil havia deixado um conga novinho em folha no pé de mangueira (eles usavam All Star). Para sacanear, eles eram espertos nisso, mijaram no conga por simples prazer. Encheram o coitado de líquido e, eu, lá em cima, sem poder dizer nada: eram três contra um.
A manga, a pitel que havia sonhado em comer, estava na mão. Mas o pesadelo havia se instalado nesse ínterim em pensar no que fazer. Nada, nada, nada. Meu conga, meu sonho de consumo, estava a deriva, não havia como salvá-lo naquele momento. E os caras rindo da minha cara. Feito estátua trepada no olho da mangueira, fiquei a assistir o fim do ato insano dos garotos sem coração de mãe.
Sem o mínimo de pudor, vergonha ou coisa do tipo, cagaram no meu conga sem vergonha e sem pudor. Saíram rindo como se estivessem saídos do circo, alegres e saltitantes. Eu, lá em cima, assistia um show de terror: meu conga allcolor estava recheado de merda. Meu sonho em ir a boateca no final de semana havia mudado, meus amigos também veriam que meu sapato havia mudado de cor, mas fazer o quê?
Ao chegar embaixo da mangueira vi, o que meus olhos um dia a terra à de comer, a coisa mais feia da vida. Merda. Muita merda. Mas, como brasileiro desde pequeno, levei o conga para o rio, lavei, lavei e, hoje continuo lavado para os sujos que tentam sujar a vida dos outros. O conga, depois de lavado, continuou o mesmo, não afrouxou nem apertou. O que aperta na vida, depois entendi, é ser frouxo para a vida.
Ao chegar em casa, morava às margens do igarapé Judia, corri logo para as mangueiras que ficavam a menos de 500 metros. Fui de conga, sapato que todo pobre queria um. Não era um conga qualquer: era um conga Alcollor, lindo de morrer. Na realidade os Alcollors eram todos iguais, mas para quem estava dentro de um deles era o moleque do momento, lindo, o cara, o dono da cocada preta.
Olhei para cima e vi uma manga pitel, pense numa pitel, daquelas que mulher buchuda derruba só com o olhar de tanto desejo. A mangueira, a mãe da manga pitel era enorme, mas minha conhecida de velhos tempos. Sabia como escalá-la sem problemas e, aquela manga bem rosinha, brilhando com os raios do sol batendo entre uma folha e outra, estava em minha boca. Estava ela (a manga) na ponta de um galho muito alto, bem alto, que só um artista que nem eu sabia como buscá-la.
Observei ao redor, não havia ninguém para atrapalhar naquela empreitada. Tirei o meu lindo sapato que havia duas semanas chegado à mim, com um medo danado de alguém levá-lo enquanto estava trepado na mangueira. A árvore de tronco forte de uns 100 anos devia ter uns 30 metros de altura, não era problema e comecei a subir, pega aqui, pega ali e vou indo tranqüilo, até cantarolando alguma coisa. Para o meu espanto comecei a ouvir vozes.
Eram três garotos conhecidos meus, filhos de papai, (por assim dizer) gente rica que andava pelo mangueiral para se divertir, aprontar e aprontar. Eu, lá em cima no olho da mangueira, olhava com preocupação o que se passava lá embaixo. Meu querido conga estava lá no pé da mangueira, porque subir de sapato escorrega e é perigoso cair de certa altura. Deus meu, eles fizeram o inimaginável.
Eu, trepado, os via. Eles embaixo não viam nada de quem estava em cima. Começaram a orgia, sacanagem pura, falando alto e em bom tom de como um imbecil havia deixado um conga novinho em folha no pé de mangueira (eles usavam All Star). Para sacanear, eles eram espertos nisso, mijaram no conga por simples prazer. Encheram o coitado de líquido e, eu, lá em cima, sem poder dizer nada: eram três contra um.
A manga, a pitel que havia sonhado em comer, estava na mão. Mas o pesadelo havia se instalado nesse ínterim em pensar no que fazer. Nada, nada, nada. Meu conga, meu sonho de consumo, estava a deriva, não havia como salvá-lo naquele momento. E os caras rindo da minha cara. Feito estátua trepada no olho da mangueira, fiquei a assistir o fim do ato insano dos garotos sem coração de mãe.
Sem o mínimo de pudor, vergonha ou coisa do tipo, cagaram no meu conga sem vergonha e sem pudor. Saíram rindo como se estivessem saídos do circo, alegres e saltitantes. Eu, lá em cima, assistia um show de terror: meu conga allcolor estava recheado de merda. Meu sonho em ir a boateca no final de semana havia mudado, meus amigos também veriam que meu sapato havia mudado de cor, mas fazer o quê?
Ao chegar embaixo da mangueira vi, o que meus olhos um dia a terra à de comer, a coisa mais feia da vida. Merda. Muita merda. Mas, como brasileiro desde pequeno, levei o conga para o rio, lavei, lavei e, hoje continuo lavado para os sujos que tentam sujar a vida dos outros. O conga, depois de lavado, continuou o mesmo, não afrouxou nem apertou. O que aperta na vida, depois entendi, é ser frouxo para a vida.
domingo, junho 03, 2012
MANGA COM LEITE
A memória da gente é uma coisa muito engraçada. Tem situações vividas que achamos que esquecemos mas um dia, seja lá que dia for, elas voltam como num passe de mágica. Algumas para nos alegrar, outras para nos fazer rir de nós mesmo. Num dia desses me veio à lembrança de uma presepada que aconteceu comigo quando tinha uns oito ou nove anos de idade. Por nunca ter contado essa história para ninguém, acredito que por isso essas recordações ficaram guardadas, muito bem guardadas na minha cachola.
Não sei por que cargas d`água me lembrei da mistura de manga com leite, uma composição que, segundo meus pais, era morte certa. Isso era exigido por eles para nunca cometer tal desatino. Mas não foi isso o que aconteceu. Sem querer é claro, num dia de má sorte e total esquecimento das ordens severas de nunca fazer tamanha misturança mortal. Foi um erro de criança, mas, com efeito, depois da merda feita, tudo podia acontecer. Naquele fatídico dia não cresci, parei no tempo, vi minha vida escorrendo pelos meus dedos.
Logo cedo sai de casa para a escola como fazia de segunda a sexta. Andava mais de três quilômetros para chegar à casa do saber. Um dia normal até então. Na hora da merenda, muitas vezes ia para a aula por causa dela (a merenda), a cozinheira me ofereceu um pouco de leite que havia sobrado. Não contei pipoca e de solapão peguei o caneco com o precioso liquido branco e glut, glut, glut. Estava satisfeito. Além da merenda de jabá com arroz e amendoim ainda um leitinho para minha felicidade.
Terminada a aula todo mundo para casa. Fui eu pululando de alegria. Ao chegar em meu doce casebre de madeira corri em linha reta para os pés de mangas, hábito que fazia quase todos os dias. De início derrubei logo uma “diveiz”, estágio entre a manga verde e madura. No pé da mangueira havia sal escondido na própria árvore como se ela fosse minha cúmplice. Pense numa fruta deliciosa e, eu, devorando-a sem pecado e sem juízo.
Mas, como tudo que é bom duro pouco, começou o meu tormento existencial. Lembrei do leite da escola branquinho e gostoso descendo goela abaixo e, naquele exato momento, da manga “divez” que havia entrado também para o mesmo destino. De imediato um calafrio chegou não sei de onde, descendo pela a espinhela até os dedos dos pés e não sabia direito o que fazer. De uma coisa eu tinha certeza: a morte me olhava naquele instante com um sorriso no canto da boca.
A vontade momentânea foi de vomitar a manga, até então saborosa, mas quem disse que ela saia com a sofreguidão e força de meus pequenos dedos. O desespero foi aumentando, aumentando e começava a suar frio. Era uma mistura doida em meu corpo de quente e frio ao mesmo tempo. Não conseguia pensar direito no que fazer para desfazer o problema que havia se instalado dentro de mim. Vou morrer, vou morrer, pensava segundo a segundo.
Ainda debaixo do pé de manga eu não tinha nenhuma vontade de ir para casa. Meu aparente estado físico acabaria revelando que havia feito algo grave e minha mãe, com certeza, iria saber e contar para o meu pai. Ai sim seria outra morte anunciada porque havia desobedecido as ordens dele. Que loucura meu Deus e o que fazer agora? Se meu pai soubesse me daria uma surra daquelas e, como eu já estava com o pé na cova, achei melhor suspender a peia que levaria no lombo. Duas coisas ruins ao mesmo tempo era demais para mim: Apanhar e depois morrer. Não isso não. Vou morrer sem surra de cinturão. Pensei.
Voltei para casa cabisbaixo, arrasado, mais prá baixo do que apartamento de minhoca. Minha mãe percebeu mas neguei qualquer coisa de ruim comigo. Tirei a farda da escola e voltei para o mato. Fiquei lá matutando porque a minha pobre e inocente vida iria ter fim antes dos 10 anos de idade. Penso prá cá, penso prá lá e tive outra idéia: e se soltar por baixo essa mistura insana? Daria certo? Não morreria?
Corri então para o pau-da-gata, cagador ou, melhor dizendo, sanitário ao ar livre para fazer força e expulsar a minha criação de Rosemeire. Dentro de mim fervilhava o embrião morto da morte que a mãe viria buscá-lo antes do nascer do sol. Solitário com a foice rondando minha cabeça, força não faltava para eliminar o pecado cometido nas últimas três horas de vida. Nada, nada, nada. Me contaram, certa vez, que se colocasse uma folha verde na cabeça tudo descia com facilidade. Ajustei o pensamento positivo e sai catando folhas: coloquei mais de dez, parecia um bicho folharal e nescasdepitibiriba. Nem por cima nem por baixo saia alguma coisa que alimentasse alguma esperança de continuar nesse mundo de meu Deus.
Não chorava uma lágrima porque homem não chora, diziam os mais velhos, viva e morra com honra, esse era o lema. A peia do meu pai, pensava eu, talvez fosse pior do que a morte e, como já estava sentenciado, o fim era eminente, não havia escapatória. Como estava há tempo muito no mato, ouvir o chamado de mamãe querendo saber o que estava acontecendo. Sai do refúgio mortuário, assim tipo amarelo empombado, com as pernas bambas e o suor descendo pelo rosto de tanto fazer força para mandar prá fora a tirania do meu destino.
Ao tocar em meu corpo mamãe gritou: menino você está com febre alta e vamos já para debaixo do cobertor. Minha loucura, sozinho, provocou febre e vertigens passageiras que não poderia contar para ela o meu sofrimento. Lá pelas seis da tarde, suando mais do que tampa de chaleira, meu pai chegou e perguntou o que acontecia comigo. Ela explicou e tudo ficou bem, graças a Deus, era apenas febre. Mas naquele catre eu via minha vida saindo de mim aos pouquinhos, isso porque depois de tanta força estava mais fraco do que caldo de piaba.
Quando a noite chegou piorou a chance de viver. Não jantei nada e fui para minha rede na certeza que daria meus últimos suspiros. Atordoado, confuso e fraco, deitei-me na rede e pedir que a única lamparina da casa me iluminasse naqueles instantes finais. Minha mãe achou tudo isso estranho mas atendeu meu pedido. Fiquei a olhar o telhado de cavaco da velha casa, observei a janela aberta e senti uma leve brisa aterrissando sobre o meu ser moribundo. Pensei que era chegada a hora. Que nada, me refrescou a lucidez naquele momento de pura insensatez.
Papai e mamãe dormiram e, eu, só. Mas outra idéia me veio à cabeça: se não dormisse, se ficasse acordado até o dia amanhecer? Escaparia das mãos da dona morte? Pensei nessa possibilidade e me apeguei a todos os santos, fiz promessas que não lembro, mas garantir a mim mesmo de que não dormiria naquela noite para pagar o meu pecado de ter comido manga com leite. De madrugada meu pai foi ver comigo e disse que eu estava ficando doido, abirobado. Deixa ele, pensei comigo mesmo. Se ele soubesse...
Nessa incansável luta pela vida que havia se travado dentro de mim, adormeci, ou melhor, morri de sono e cansaço.
Não sei por que cargas d`água me lembrei da mistura de manga com leite, uma composição que, segundo meus pais, era morte certa. Isso era exigido por eles para nunca cometer tal desatino. Mas não foi isso o que aconteceu. Sem querer é claro, num dia de má sorte e total esquecimento das ordens severas de nunca fazer tamanha misturança mortal. Foi um erro de criança, mas, com efeito, depois da merda feita, tudo podia acontecer. Naquele fatídico dia não cresci, parei no tempo, vi minha vida escorrendo pelos meus dedos.
Logo cedo sai de casa para a escola como fazia de segunda a sexta. Andava mais de três quilômetros para chegar à casa do saber. Um dia normal até então. Na hora da merenda, muitas vezes ia para a aula por causa dela (a merenda), a cozinheira me ofereceu um pouco de leite que havia sobrado. Não contei pipoca e de solapão peguei o caneco com o precioso liquido branco e glut, glut, glut. Estava satisfeito. Além da merenda de jabá com arroz e amendoim ainda um leitinho para minha felicidade.
Terminada a aula todo mundo para casa. Fui eu pululando de alegria. Ao chegar em meu doce casebre de madeira corri em linha reta para os pés de mangas, hábito que fazia quase todos os dias. De início derrubei logo uma “diveiz”, estágio entre a manga verde e madura. No pé da mangueira havia sal escondido na própria árvore como se ela fosse minha cúmplice. Pense numa fruta deliciosa e, eu, devorando-a sem pecado e sem juízo.
Mas, como tudo que é bom duro pouco, começou o meu tormento existencial. Lembrei do leite da escola branquinho e gostoso descendo goela abaixo e, naquele exato momento, da manga “divez” que havia entrado também para o mesmo destino. De imediato um calafrio chegou não sei de onde, descendo pela a espinhela até os dedos dos pés e não sabia direito o que fazer. De uma coisa eu tinha certeza: a morte me olhava naquele instante com um sorriso no canto da boca.
A vontade momentânea foi de vomitar a manga, até então saborosa, mas quem disse que ela saia com a sofreguidão e força de meus pequenos dedos. O desespero foi aumentando, aumentando e começava a suar frio. Era uma mistura doida em meu corpo de quente e frio ao mesmo tempo. Não conseguia pensar direito no que fazer para desfazer o problema que havia se instalado dentro de mim. Vou morrer, vou morrer, pensava segundo a segundo.
Ainda debaixo do pé de manga eu não tinha nenhuma vontade de ir para casa. Meu aparente estado físico acabaria revelando que havia feito algo grave e minha mãe, com certeza, iria saber e contar para o meu pai. Ai sim seria outra morte anunciada porque havia desobedecido as ordens dele. Que loucura meu Deus e o que fazer agora? Se meu pai soubesse me daria uma surra daquelas e, como eu já estava com o pé na cova, achei melhor suspender a peia que levaria no lombo. Duas coisas ruins ao mesmo tempo era demais para mim: Apanhar e depois morrer. Não isso não. Vou morrer sem surra de cinturão. Pensei.
Voltei para casa cabisbaixo, arrasado, mais prá baixo do que apartamento de minhoca. Minha mãe percebeu mas neguei qualquer coisa de ruim comigo. Tirei a farda da escola e voltei para o mato. Fiquei lá matutando porque a minha pobre e inocente vida iria ter fim antes dos 10 anos de idade. Penso prá cá, penso prá lá e tive outra idéia: e se soltar por baixo essa mistura insana? Daria certo? Não morreria?
Corri então para o pau-da-gata, cagador ou, melhor dizendo, sanitário ao ar livre para fazer força e expulsar a minha criação de Rosemeire. Dentro de mim fervilhava o embrião morto da morte que a mãe viria buscá-lo antes do nascer do sol. Solitário com a foice rondando minha cabeça, força não faltava para eliminar o pecado cometido nas últimas três horas de vida. Nada, nada, nada. Me contaram, certa vez, que se colocasse uma folha verde na cabeça tudo descia com facilidade. Ajustei o pensamento positivo e sai catando folhas: coloquei mais de dez, parecia um bicho folharal e nescasdepitibiriba. Nem por cima nem por baixo saia alguma coisa que alimentasse alguma esperança de continuar nesse mundo de meu Deus.
Não chorava uma lágrima porque homem não chora, diziam os mais velhos, viva e morra com honra, esse era o lema. A peia do meu pai, pensava eu, talvez fosse pior do que a morte e, como já estava sentenciado, o fim era eminente, não havia escapatória. Como estava há tempo muito no mato, ouvir o chamado de mamãe querendo saber o que estava acontecendo. Sai do refúgio mortuário, assim tipo amarelo empombado, com as pernas bambas e o suor descendo pelo rosto de tanto fazer força para mandar prá fora a tirania do meu destino.
Ao tocar em meu corpo mamãe gritou: menino você está com febre alta e vamos já para debaixo do cobertor. Minha loucura, sozinho, provocou febre e vertigens passageiras que não poderia contar para ela o meu sofrimento. Lá pelas seis da tarde, suando mais do que tampa de chaleira, meu pai chegou e perguntou o que acontecia comigo. Ela explicou e tudo ficou bem, graças a Deus, era apenas febre. Mas naquele catre eu via minha vida saindo de mim aos pouquinhos, isso porque depois de tanta força estava mais fraco do que caldo de piaba.
Quando a noite chegou piorou a chance de viver. Não jantei nada e fui para minha rede na certeza que daria meus últimos suspiros. Atordoado, confuso e fraco, deitei-me na rede e pedir que a única lamparina da casa me iluminasse naqueles instantes finais. Minha mãe achou tudo isso estranho mas atendeu meu pedido. Fiquei a olhar o telhado de cavaco da velha casa, observei a janela aberta e senti uma leve brisa aterrissando sobre o meu ser moribundo. Pensei que era chegada a hora. Que nada, me refrescou a lucidez naquele momento de pura insensatez.
Papai e mamãe dormiram e, eu, só. Mas outra idéia me veio à cabeça: se não dormisse, se ficasse acordado até o dia amanhecer? Escaparia das mãos da dona morte? Pensei nessa possibilidade e me apeguei a todos os santos, fiz promessas que não lembro, mas garantir a mim mesmo de que não dormiria naquela noite para pagar o meu pecado de ter comido manga com leite. De madrugada meu pai foi ver comigo e disse que eu estava ficando doido, abirobado. Deixa ele, pensei comigo mesmo. Se ele soubesse...
Nessa incansável luta pela vida que havia se travado dentro de mim, adormeci, ou melhor, morri de sono e cansaço.
quinta-feira, fevereiro 09, 2012
5 PONTOS QUE IMPEDEM NOSSA FELICIDADE
Todos têm uma tendência muito grande para buscar desculpas e culpados pelo nosso sofrimento. Meishu-Sama diz que a causa de nosso sofrimento está dentro de nós: dentro de nossos pensamentos, nossas palavras, nossos corações (sentimentos) e nossas ações.
Vamos refletir sobre 5 pontos que impedem nossa felicidade:
1º PONTO: PESSIMISMO, NEGATIVISMO, BAIXO ASTRAL, QUEIXAS E RECLAMAÇÕES:
1. Devemos retirar essas coisas negativas, praticar, colocar no coração, pois quando colocamos algo em nossa mente, podemos esquecer, mas quando colocamos dentro do nosso coração, fica gravado na alma, levamos para a eternidade.
Ex.: NÃO POSSO – substituir por EU QUERO.
EU QUERO MUDAR A MINHA VIDA (devemos tomar uma decisão – decisão de ser feliz) – EU QUERO E VOU SER FELIZ!
Meishu-Sama ensina que quando falamos coisas negativas, sai uma fumaça escura, que envolve todo o nosso corpo e atraímos coisas ruins... Existem muitas frases prontas, que muitas vezes não sabemos de onde vem, mas que repetimos frequentemente e acabamos acreditando nelas. Ex.: “Hoje eu sorri, amanhã eu vou chorar”. A origem dessa frase é de autoria desconhecida, mas, no entanto, acreditamos nisso, falamos e ensinamos nossos filhos.
O ser humano tem medo de ser feliz. Quando está muito feliz, e coisas maravilhosas estão acontecendo em sua vida, fica com medo de que isso acabe, e que venha algum grande sofrimento. Mas não é assim: o ser humano colhe aquilo que planta; se está sorrindo é porque plantou coisas boas e se continuar plantando, vai continuar colhendo felicidade. É PERMISSÃO.
Devemos tomar cuidado com que falamos diariamente, coisas que repetimos e às vezes não nos damos conta. Devemos vigiar nossas palavras, porque o que eu falar vai acontecer.
Deus fala conosco todos os dias, e Ele diz sempre uma única palavra: SIM!
Se eu disser: “Minha vida não muda!”, Deus vai dizer: SIM!
Se eu disser: “Que dia chato!”, Deus vai dizer: “SIM!”.
Se eu disser: “Que dia maravilhoso!”, Deus vai dizer: “SIM!” e será!
Meishu-Sama fala que quando falamos coisas boas, sai uma fumaça branca, e então, atraímos coisas boas para nós: é o espírito das palavras.
NUNCA DEVEMOS DIZER NÃO ANTES DE TENTAR!
2º PONTO: INDECISÃO:
2. Indeciso – não sabe que caminho tomar...
Tudo que começa, para – não sai do lugar.
Temos que ter metas, objetivos: “Em 2012 vou fazer...".
Definir. Deus não ajuda as pessoas indecisas. Tudo o que começa, precisa ir até o fim.
Deus não nos dá resposta de um projeto antes, nem no meio, só depois de o Projeto concluído.
Indeciso, parado, duvidoso – não chega a lugar algum!
Ficou parado no meio do caminho – impossível ser feliz!
Defina: “EU QUERO!”... E para alcançar isso EU VOU... (fazer tal coisa) até o
Final!
NUNCA DIGA QUE NÃO DÁ ANTES DE TENTAR!
3º PONTO:
RESSENTIMENTOS, MÁGOAS, ÓDIOS, RANCORES, MEDOS, INSEGURANÇAS:
Até a ciência está provando que ressentimento causa doença.
Uma pesquisa realizada na França sobre os seres humanos teve os seguintes resultados:
70% dos seres humanos estão presos ao passado, com ódios, rancores...
PRESO! Ficar preso é bom?
Do passado, eu só tenho que trazer as coisas boas, bonitas, positivas.
25% da população mundial sofrem de medos e inseguranças, vivem no futuro.
Ou seja, 95% da população estão mal!
Somente 5% da população mundial estão equilibradas e lutando por um mundo melhor! Espero que vocês estejam incluídos nesses 5%.
MEDO: existe uma pesquisa que comprovou que todas as doenças provêm dos ressentimentos, das mágoas.
Medos, ressentimentos, mágoas estão ligados aos RINS. Você tem problema nos rins, ou tem alguém na família que tem.
O medo tem sua sede nos rins e desenvolve 108 doenças, tais como: stress, aborto, amigdalite, apêndice, arrepios, azia, celulite, colesterol, coluna, cólicas menstruais, dores de cabeça, gazes, insônia, labirintite, problemas de pele, diarreias, vício, etc..
Você tem esses sintomas?
ÓDIO: ligado ao FÍGADO – problemas no fígado – má digestão.
Ódio, rancor, mágoa, tem sua sede no fígado. 44 doenças são desenvolvidas pelo ódio: sangramentos, dores de ouvido, cálculos biliares, derrames, flacidez, problemas no fígado, hemorroidas, mau hálito, meningite, etc...
CULPA: se instala nos ÓRGÃOS SEXUAIS. Sentimento de culpa – a pessoa se culpa por tudo. Desenvolve 30 doenças: alcoolismo, diabetes, dores agudas, gastrite, impotência, nevralgias, rinites, tumores, unha encravada, etc...
APEGO: ligado aos INTESTINOS. O apego é medo de perder, preocupação.
PESO NA NUCA: a nuca é a sede da responsabilidade. Quando estamos sobrecarregados, sentimos peso, dor na nuca...
COMPREENSÃO: está ligada aos membros inferiores: problemas no pé direito – dificuldade de compreender o outro; problema no pé esquerdo – dificuldade de aceitar a si mesmo, de se entender.
4º PONTO: SENTIMENTO DE SUPERIORIDADE (ORGULHO):
O orgulho tem sua sede nos JOELHOS – não se dobra, não cede, não volta a palavra atrás.
Meishu-Sama ensina que orgulho, mania de grandeza, vaidade, provocam efeitos negativos. Ele diz: “Ceda para conquistar”.
Por causa de uma palavra, pessoas jogam a amizade de 10 anos fora; amigo verdadeiro é aquele que perdoa!
Não perdoou, jogou fora o pai, a mãe, o irmão – porque um dia, numa infelicidade, a pessoa falou uma coisinha... E por isso jogou fora uma vida!
O orgulho acarreta problemas circulatórios nos membros inferiores, varizes, problemas na coluna. Vamos ceder e perdoar...
“A felicidade tem preço. Sonhar não custa nada, mas realizar custa, requer mudanças”...
5º PONTO: SENTIMENTO DE INFERIORIDADE, COITADO VÍTIMA:
O sentimento de inferioridade nos joga no buraco. Não tem nenhum coitado feliz!
Devemos evitar usar as expressões: coitado, que dó!
Essas expressões criam coisas negativas. Estado de dó, de vítima, é negativo. Diante do problema, não adianta chorar! Problemas existem para serem enfrentados, resolvidos, para eu ver onde preciso mudar. O problema só existe para que eu mude!
O que precisamos aprender é olhar o lado positivo das coisas. Tem muitas coisas positivas em nossa vida! O remédio para a felicidade está dentro de você!
OTIMISMO – PERSEVERANÇA
VOCÊ É O ÚNICO RESPONSÁVEL PELA SUA FELICIDADE OU INFELICIDADE!
Vamos refletir sobre 5 pontos que impedem nossa felicidade:
1º PONTO: PESSIMISMO, NEGATIVISMO, BAIXO ASTRAL, QUEIXAS E RECLAMAÇÕES:
1. Devemos retirar essas coisas negativas, praticar, colocar no coração, pois quando colocamos algo em nossa mente, podemos esquecer, mas quando colocamos dentro do nosso coração, fica gravado na alma, levamos para a eternidade.
Ex.: NÃO POSSO – substituir por EU QUERO.
EU QUERO MUDAR A MINHA VIDA (devemos tomar uma decisão – decisão de ser feliz) – EU QUERO E VOU SER FELIZ!
Meishu-Sama ensina que quando falamos coisas negativas, sai uma fumaça escura, que envolve todo o nosso corpo e atraímos coisas ruins... Existem muitas frases prontas, que muitas vezes não sabemos de onde vem, mas que repetimos frequentemente e acabamos acreditando nelas. Ex.: “Hoje eu sorri, amanhã eu vou chorar”. A origem dessa frase é de autoria desconhecida, mas, no entanto, acreditamos nisso, falamos e ensinamos nossos filhos.
O ser humano tem medo de ser feliz. Quando está muito feliz, e coisas maravilhosas estão acontecendo em sua vida, fica com medo de que isso acabe, e que venha algum grande sofrimento. Mas não é assim: o ser humano colhe aquilo que planta; se está sorrindo é porque plantou coisas boas e se continuar plantando, vai continuar colhendo felicidade. É PERMISSÃO.
Devemos tomar cuidado com que falamos diariamente, coisas que repetimos e às vezes não nos damos conta. Devemos vigiar nossas palavras, porque o que eu falar vai acontecer.
Deus fala conosco todos os dias, e Ele diz sempre uma única palavra: SIM!
Se eu disser: “Minha vida não muda!”, Deus vai dizer: SIM!
Se eu disser: “Que dia chato!”, Deus vai dizer: “SIM!”.
Se eu disser: “Que dia maravilhoso!”, Deus vai dizer: “SIM!” e será!
Meishu-Sama fala que quando falamos coisas boas, sai uma fumaça branca, e então, atraímos coisas boas para nós: é o espírito das palavras.
NUNCA DEVEMOS DIZER NÃO ANTES DE TENTAR!
2º PONTO: INDECISÃO:
2. Indeciso – não sabe que caminho tomar...
Tudo que começa, para – não sai do lugar.
Temos que ter metas, objetivos: “Em 2012 vou fazer...".
Definir. Deus não ajuda as pessoas indecisas. Tudo o que começa, precisa ir até o fim.
Deus não nos dá resposta de um projeto antes, nem no meio, só depois de o Projeto concluído.
Indeciso, parado, duvidoso – não chega a lugar algum!
Ficou parado no meio do caminho – impossível ser feliz!
Defina: “EU QUERO!”... E para alcançar isso EU VOU... (fazer tal coisa) até o
Final!
NUNCA DIGA QUE NÃO DÁ ANTES DE TENTAR!
3º PONTO:
RESSENTIMENTOS, MÁGOAS, ÓDIOS, RANCORES, MEDOS, INSEGURANÇAS:
Até a ciência está provando que ressentimento causa doença.
Uma pesquisa realizada na França sobre os seres humanos teve os seguintes resultados:
70% dos seres humanos estão presos ao passado, com ódios, rancores...
PRESO! Ficar preso é bom?
Do passado, eu só tenho que trazer as coisas boas, bonitas, positivas.
25% da população mundial sofrem de medos e inseguranças, vivem no futuro.
Ou seja, 95% da população estão mal!
Somente 5% da população mundial estão equilibradas e lutando por um mundo melhor! Espero que vocês estejam incluídos nesses 5%.
MEDO: existe uma pesquisa que comprovou que todas as doenças provêm dos ressentimentos, das mágoas.
Medos, ressentimentos, mágoas estão ligados aos RINS. Você tem problema nos rins, ou tem alguém na família que tem.
O medo tem sua sede nos rins e desenvolve 108 doenças, tais como: stress, aborto, amigdalite, apêndice, arrepios, azia, celulite, colesterol, coluna, cólicas menstruais, dores de cabeça, gazes, insônia, labirintite, problemas de pele, diarreias, vício, etc..
Você tem esses sintomas?
ÓDIO: ligado ao FÍGADO – problemas no fígado – má digestão.
Ódio, rancor, mágoa, tem sua sede no fígado. 44 doenças são desenvolvidas pelo ódio: sangramentos, dores de ouvido, cálculos biliares, derrames, flacidez, problemas no fígado, hemorroidas, mau hálito, meningite, etc...
CULPA: se instala nos ÓRGÃOS SEXUAIS. Sentimento de culpa – a pessoa se culpa por tudo. Desenvolve 30 doenças: alcoolismo, diabetes, dores agudas, gastrite, impotência, nevralgias, rinites, tumores, unha encravada, etc...
APEGO: ligado aos INTESTINOS. O apego é medo de perder, preocupação.
PESO NA NUCA: a nuca é a sede da responsabilidade. Quando estamos sobrecarregados, sentimos peso, dor na nuca...
COMPREENSÃO: está ligada aos membros inferiores: problemas no pé direito – dificuldade de compreender o outro; problema no pé esquerdo – dificuldade de aceitar a si mesmo, de se entender.
4º PONTO: SENTIMENTO DE SUPERIORIDADE (ORGULHO):
O orgulho tem sua sede nos JOELHOS – não se dobra, não cede, não volta a palavra atrás.
Meishu-Sama ensina que orgulho, mania de grandeza, vaidade, provocam efeitos negativos. Ele diz: “Ceda para conquistar”.
Por causa de uma palavra, pessoas jogam a amizade de 10 anos fora; amigo verdadeiro é aquele que perdoa!
Não perdoou, jogou fora o pai, a mãe, o irmão – porque um dia, numa infelicidade, a pessoa falou uma coisinha... E por isso jogou fora uma vida!
O orgulho acarreta problemas circulatórios nos membros inferiores, varizes, problemas na coluna. Vamos ceder e perdoar...
“A felicidade tem preço. Sonhar não custa nada, mas realizar custa, requer mudanças”...
5º PONTO: SENTIMENTO DE INFERIORIDADE, COITADO VÍTIMA:
O sentimento de inferioridade nos joga no buraco. Não tem nenhum coitado feliz!
Devemos evitar usar as expressões: coitado, que dó!
Essas expressões criam coisas negativas. Estado de dó, de vítima, é negativo. Diante do problema, não adianta chorar! Problemas existem para serem enfrentados, resolvidos, para eu ver onde preciso mudar. O problema só existe para que eu mude!
O que precisamos aprender é olhar o lado positivo das coisas. Tem muitas coisas positivas em nossa vida! O remédio para a felicidade está dentro de você!
OTIMISMO – PERSEVERANÇA
VOCÊ É O ÚNICO RESPONSÁVEL PELA SUA FELICIDADE OU INFELICIDADE!
FOTOS PITTER LUCENA |