SOLIDÃO

Quem ainda não sentiu o sabor amargo da solidão? Quem nunca pensou que está só em meio a uma multidão? Ou quem ainda não se sentiu solitário ao lado de alguém? Com certeza a maioria de nós sabe o que é a solidão, da qual estamos tentando escapar. A maioria de nós tem consciência dessa pobreza interior.
Passeando por várias linhas de pensamento, observamos que quando se ama alguma coisa, há naturalmente comunhão com essa coisa, mas o amor não é uma palavra, um nome, um simples ato de pensar. Não se pode amar aquilo a que damos o nome de solidão porque não temos plena consciência dela.
Há nesse conflito interior uma grande vontade de fugir de nós mesmo. Logo, isso que denominamos de vazio é um processo de isolamento que é o produto do relacionamento cotidiano, porque, no relacionamento, consciente ou inconscientemente, estamos procurando a exclusão da nossa própria existência. Nesse momento há um leve desejo de fechar a porta e dizer adeus a nós mesmo.
A solução do problema não vai ser encontrada nas teorias, que servem somente para aumentar o isolamento. Mas, sim, na mente, que é pensamento, empenhado em fugir da solidão.
O escritor Arthur Schopenhauer, disse em uma de suas obras que “Quem não ama a solidão, também não ama a liberdade: apenas quando se está só é que se está livre”.
Na minha humilde forma de pensar, acredito que solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo; não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar; não é o retiro voluntário que a gente se impõe as vezes, para realinhar os pensamentos; não é o vazio de gente ao nosso lado nem tampouco a plenitude de gente a nossa volta.
Solidão é muito mais que isto. Solidão é quando nos perdemos da vida, dos sentimentos, do amor, da nossa companhia. Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão, pela nossa alma.
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2 Comments:
Parabéns pelo texto sobre a solidão. Já dizia Fernando Pessoa:
Uma maior solidão
"Uma maior solidão
Lentamente se aproxima
Do meu triste coração.
Enevoa-se-me o ser
Como um olhar a cegar,
A cegar, a escurecer.
Jazo-me sem nexo, ou fim...
Tanto nada quis de nada,
Que hoje nada o quer de mim."
Grande beijo Pitter.
fiquei em dúvida quanto o meu amor à liberdade..
aiai
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