BETHO ROCHA, DE BATOM LILÁS
Capa do Batom Lilás e poesia ilustrativa de Binho Marques, 1984.
Mexendo na minha singela biblioteca encontrei um poema de um camarada que viveu a vida ao máximo em todos os sentidos. O poema diz assim: “Vou andar por entre terras ainda não descobertas. Se não houver amanhã, cantarei hoje ao som do silêncio a minha última canção em vida. E pelos caminhos transcendentais, de por ai... Quero estar nu. Por que minha alma vai entrar no infinito da morte na certeza que serei eterno”.
O poema direto, curto e profundo sobre sua vida maluca e abençoada é do sagrado teatrólogo acreano Betho Rocha. Viveu e morreu fazendo arte da melhor maneira e qualidade possível e, sua morte, não deixou de ser uma tragédia acreana. Betho Rocha é para o teatro do Acre o que Glauber Rocha foi para o cinema brasileiro. Como sua poesia diz: “entrar no infinito da morte na certeza de ser eterno”.
No livro Aqui Jaz... de Batom e Lilás, 1984, Betho Rocha se perguntava onde ficaram seus tamancos, suas manias e doces bijuterias. Acredita que ficaram no baile de debu, aniversário que ganhou nos seus 15 anus. Outra noite se embriagou com frases lindas e milhões de solidão, mesmo assim, abusou da noite como um cão.
O poeta perambulou por entre ruas desertas e arrancou da alma a esperança de vida grande que não sabia se existia mais. Mergulhou por inteiro dentro do próprio peito e se viu completamente só. Betho Rocha não gostava de frescura, ele era a própria. Gostava de andar e ser como uma mulher maravilhosa, solta, orgulhosa, louca, debochada e destemida.
Para ele metade da vida era de mentiras a outra de serpentinas. Nos pés Pierre Cardim, entre as pernas penas de “passarim”, rodando gloriosamente a bolsa assim... nos motéis e botequins. Betho desvairou tanto na vida que deixou os sapatos altos fervendo na panela e não sabia de saía de saia amarela.
O eterno teatrólogo disse que se todos fossem coloridos, pintaria os lábios de batom, se vestiria de papel crepom, correria sem medo do Projeto Rondon soltando penas para os times registrar. Mais cedo ou mais tarde, faria amor em cima da pia, numa maravilhosa noitada de orgia, numa pura agonia. Betho Rocha foi o artista mais louco e lúcido durante sua existência nesse paraíso astral.
O interessante dessa história que o parceiro do Betho Rocha no livro Aqui Jaz... de Batom Lilás é o Binho Marques, governador do Acre. As poesias ilustradas são de sua autoria. Clique nas fotos para ampliá-las.
Mexendo na minha singela biblioteca encontrei um poema de um camarada que viveu a vida ao máximo em todos os sentidos. O poema diz assim: “Vou andar por entre terras ainda não descobertas. Se não houver amanhã, cantarei hoje ao som do silêncio a minha última canção em vida. E pelos caminhos transcendentais, de por ai... Quero estar nu. Por que minha alma vai entrar no infinito da morte na certeza que serei eterno”.
O poema direto, curto e profundo sobre sua vida maluca e abençoada é do sagrado teatrólogo acreano Betho Rocha. Viveu e morreu fazendo arte da melhor maneira e qualidade possível e, sua morte, não deixou de ser uma tragédia acreana. Betho Rocha é para o teatro do Acre o que Glauber Rocha foi para o cinema brasileiro. Como sua poesia diz: “entrar no infinito da morte na certeza de ser eterno”.
No livro Aqui Jaz... de Batom e Lilás, 1984, Betho Rocha se perguntava onde ficaram seus tamancos, suas manias e doces bijuterias. Acredita que ficaram no baile de debu, aniversário que ganhou nos seus 15 anus. Outra noite se embriagou com frases lindas e milhões de solidão, mesmo assim, abusou da noite como um cão.
O poeta perambulou por entre ruas desertas e arrancou da alma a esperança de vida grande que não sabia se existia mais. Mergulhou por inteiro dentro do próprio peito e se viu completamente só. Betho Rocha não gostava de frescura, ele era a própria. Gostava de andar e ser como uma mulher maravilhosa, solta, orgulhosa, louca, debochada e destemida.
Para ele metade da vida era de mentiras a outra de serpentinas. Nos pés Pierre Cardim, entre as pernas penas de “passarim”, rodando gloriosamente a bolsa assim... nos motéis e botequins. Betho desvairou tanto na vida que deixou os sapatos altos fervendo na panela e não sabia de saía de saia amarela.
O eterno teatrólogo disse que se todos fossem coloridos, pintaria os lábios de batom, se vestiria de papel crepom, correria sem medo do Projeto Rondon soltando penas para os times registrar. Mais cedo ou mais tarde, faria amor em cima da pia, numa maravilhosa noitada de orgia, numa pura agonia. Betho Rocha foi o artista mais louco e lúcido durante sua existência nesse paraíso astral.
O interessante dessa história que o parceiro do Betho Rocha no livro Aqui Jaz... de Batom Lilás é o Binho Marques, governador do Acre. As poesias ilustradas são de sua autoria. Clique nas fotos para ampliá-las.
Marcadores: Acre, Betho Rocha, Binho Marques, Poesia
2 Comments:
Amigo Pitter!
Linda homenagem ao Beto Rocha.
Quando fui lendo seu texto (que tem muito de poesia), fui sentindo o quanto o Beto era grande, e paradoxal e irreverente e deliberadamente polêmico e conscientemente escrachante e genial e corajoso...
Mas, não são assim as pessoas que fazem a diferença?
Teu registro, além de saudades, é um alerta para todos nós: revisitemos quem ainda ontem estava conosco!
Parabéns!
O Beto, onde estiver, está sorrindo...
Viva a net e os que sabem fazer bom uso dela. Caro Pitter, andava eu à procura de um poema do Betho Rocha e do Binho e me deparo com esse primor de blog que é o seu.
Aproveito para pedir que passe palavra sobre a Folhinha poética e que também você participe. Se não tem um poema, faça um. Mais dados aqui http://folhinhapoetica.blogspot.com/
Obrigado.
Um abraço.
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