PITTER LUCENA

Jornalista acreano radicado em Brasília

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terça-feira, janeiro 29, 2008

Marina Silva: combate ao desmatamento exigirá esforço maior em 2008

Além dos dados preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que confirmaram o aumento na devastação da Amazônia nos cinco últimos meses de 2007, fatores climáticos, políticos e econômicos preocupam a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Para ela, o governo deve estar atento à estiagem prolongada, aos altos preços internacionais da soja e da carne e as eleições municipais de 2008.

Segundo a ministra, essa combinação tem aumentado a pressão sobre a floresta e exigirá esforço redobrado do governo. "É um teste de fogo. Apostamos em uma ação ainda preventiva para manter a queda do desmatamento em 2008. É possível fortalecer a governança mesmo em condições atípicas", afirmou hoje (23) a ministra em entrevista coletiva.

Entre medidas preventivas já adotadas pelo governo federal, a ministra citou a criação, em dezembro, do Grupo de Trabalho de Responsabilização Ambiental, órgão interministerial que acompanhará os 150 maiores casos de devastação da floresta, e do Comitê Executivo do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável da BR-163, cujo objetivo é levar políticas de desenvolvimento sustentável, conservação ambiental e inclusão social às comunidades que vivem às margens da rodovia, que liga o Mato Grosso ao Pará.

Na sexta-feira (25), Marina Silva prometeu divulgar uma lista suja, com aproximadamente 30 municípios que mais contribuem para o desmatamento na Amazônia. Nesses locais, as propriedades rurais que fizeram derrubadas ilegais deverão ser embargadas. "Só poderemos verificar se essas medidas serão efetivas ao final de um período maior, mas vamos reforçar as ações para tentar alcançar o objetivo do desmatamento ilegal zero", disse a ministra.

A ministra lembrou que 165 mil quilômetros quadrados da floresta já foram convertidos em áreas de produção. O uso intensivo destas áreas permitiria, segundo ela, triplicar a produção agrícola sem derrubar mais nenhuma árvore da Amazônia.

De acordo com o Inpe, de agosto a dezembro de 2007 foram desmatados 3.235 quilômetros quadrados (que equivalem a cerca de 320 mil campos de futebol) da floresta amazônica, mas o número pode estar subestimado em virtude da ausência de imagens de satélite mais detalhadas. O desmatamento real pode ser de até 7 mil quilômetros quadrados, segundo o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, José Paulo Capobianco.

A maior parte dos desmatamentos detectados no período se concentrou em três estados: Mato Grosso (53,7% do total desmatado), Pará (17,8%) e Rondônia (16%).

Marco Antônio Soalheiro - AB

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