A IMPORTÂNCIA DO USO DA PECONHA NA AMAZÔNIA
Acredito que pouquíssimas pessoas tenham ouvido a palavra peconha. Até mesmo o computador faz questão de mudar a palavra por peçonha. Talvez esteja ai o desconhecimento dessa esquisita palavra e a utilização desse instrumento para a preservação de algumas árvores da Amazônia.
Na verdade, escrever sobre o tema começou com uma brincadeira durante o I Encontro Internacional de Jornalismo Ambiental da Amazônia realizado em setembro de 2003 na cidade de Rio Branco.
Para quem nasceu e viveu nos seringais da Amazônia a peconha é um instrumento comum. Imagine cortar o açaizeiro para coletar os cachos de açaí. Com certeza já não teríamos mais o produto no mercado para consumo.
A peconha vem do tupi peko´iñ. Substantivo feminino. Brasileirismo. Laço de corda ou de envira, com a forma de um oito, preso ao tronco de uma árvore e colocado ao redor dos pés, para subir numa palmeira. A colheita do açaí não é um trabalho muito fácil. A maioria das palmeiras atinge facilmente de 10 a 15 metros de altura, transformando a vida do coletor de cachos num grande perigo já que corre o risco de quebrar com o peso da pessoa.
Usando a peconha, um escalador habilidoso pode passar de um açaizeiro para outro sem precisar retornar ao chão para nova subida. Além disso, ele é capaz de coletar de três a cinco cachos em uma única escalada. O trabalho se torna mais eficaz rendendo uma boa colheita no final do dia, algo em torno de 100 quilos de frutos do açaí numa jornada de seis horas.
No Acre e demais estados da Amazônia a colheita do açaí é feita em determinados meses do ano. As populações tradicionais exploram o produto como renda familiar, assim como a castanha e a borracha, comercializados no Brasil e no exterior. O açaí, diferente dos outros produtos, é o único que o seringueiro tem data certa para coletá-lo, caso não queira ter prejuízo.
Nas famílias de seringueiros da Amazônia é comum uso da peconha ser passado de pai para filho. Isto é, os mais novos têm mais rapidez e agilidade para escalar as palmeiras. A utilização da peconha também evita a perda ou extravio das frutas do açaizeiro. Caso contrário, se os cachos caíssem ao chão, os frutos se espalhariam entre as folhas, causando perda de tempo e trabalho.
Mesmo estando em pleno século 21, equipamentos criados rusticamente em pleno coração da Amazônia, no início do século passado, continuam sendo de máxima utilização para a manutenção e equilíbrio da maior biodiversidade do planeta. Sendo assim, viva os povos da floresta que respeitam a sabedoria da natureza e convivem harmoniosamente com o meio ambiente.
Na verdade, escrever sobre o tema começou com uma brincadeira durante o I Encontro Internacional de Jornalismo Ambiental da Amazônia realizado em setembro de 2003 na cidade de Rio Branco.
Para quem nasceu e viveu nos seringais da Amazônia a peconha é um instrumento comum. Imagine cortar o açaizeiro para coletar os cachos de açaí. Com certeza já não teríamos mais o produto no mercado para consumo.
A peconha vem do tupi peko´iñ. Substantivo feminino. Brasileirismo. Laço de corda ou de envira, com a forma de um oito, preso ao tronco de uma árvore e colocado ao redor dos pés, para subir numa palmeira. A colheita do açaí não é um trabalho muito fácil. A maioria das palmeiras atinge facilmente de 10 a 15 metros de altura, transformando a vida do coletor de cachos num grande perigo já que corre o risco de quebrar com o peso da pessoa.
Usando a peconha, um escalador habilidoso pode passar de um açaizeiro para outro sem precisar retornar ao chão para nova subida. Além disso, ele é capaz de coletar de três a cinco cachos em uma única escalada. O trabalho se torna mais eficaz rendendo uma boa colheita no final do dia, algo em torno de 100 quilos de frutos do açaí numa jornada de seis horas.
No Acre e demais estados da Amazônia a colheita do açaí é feita em determinados meses do ano. As populações tradicionais exploram o produto como renda familiar, assim como a castanha e a borracha, comercializados no Brasil e no exterior. O açaí, diferente dos outros produtos, é o único que o seringueiro tem data certa para coletá-lo, caso não queira ter prejuízo.
Nas famílias de seringueiros da Amazônia é comum uso da peconha ser passado de pai para filho. Isto é, os mais novos têm mais rapidez e agilidade para escalar as palmeiras. A utilização da peconha também evita a perda ou extravio das frutas do açaizeiro. Caso contrário, se os cachos caíssem ao chão, os frutos se espalhariam entre as folhas, causando perda de tempo e trabalho.
Mesmo estando em pleno século 21, equipamentos criados rusticamente em pleno coração da Amazônia, no início do século passado, continuam sendo de máxima utilização para a manutenção e equilíbrio da maior biodiversidade do planeta. Sendo assim, viva os povos da floresta que respeitam a sabedoria da natureza e convivem harmoniosamente com o meio ambiente.
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