PITTER LUCENA

Jornalista acreano radicado em Brasília

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terça-feira, fevereiro 09, 2010

CARTA BOROCOCHÔ

Nos últimos meses ando meio borocochô. Acredito que saibam o que seja borocochô. Pois é... Ando um tanto desligado dos assuntos da escrita e do pensamento solto. Enrolado mais que arame farpado, meu foco de leitura se voltou para o curso de mestrado que anda mais lento do que jabuti acorrentado. Mas vamos em frente que atrás vem gente (mais velha do que andar pra frente), na tentativa de retornar à minha rotina de trabalho.

Tá difícil a coisa melhorar por aqui. Para complicar mais o que já tava complicado, criou-se agora, aqui no Senado, o ponto eletrônico dos servidores. A instituição quer saber dos fantasmas, ainda bem que não sou um deles. Com a correria do mestrado, os engarrafamentos de cidade grande e o ponto do Senado, estou sofrendo igual sovaco de aleijado. Mas não posso me queixar e nem ficar resmungando pelos cantos, afinal os problemas existem para serem solucionados, e cá estamos nós na fita.

Sei que a vida de ninguém é melzinho na chupeta, por isso, não largo o osso nem chego ao fim da corda para não apertar o pescoço. Nos últimos tempos chute na canela é igual carinho de mãe, dedo no olho é apenas um pequeno cisco que teimou entrar em lugar errado e, como num jogo de futebol, na hora da macaca, do pescoço para baixo é bicudo. Estou naquele esquema onde a regra é clara: só é falta quando se pisa na língua. O jogo é bruto e estamos no meio dele sem eira nem beira, sem lenço e sem documentos. Há proibições como gritar, por exemplo. Isso jamais.

No mais estou sobrevivendo sem arranhões buscando, no limite permitido pelo temporal, manter a altivez, o equilíbrio, a emoção e a paz para continuar respirando nesse vale de lágrimas. Não que a vida seja dura, pois rapadura é doce mas não é mole, mas exijo acreditar que uma vida de sucesso seja efetiva nos homens de boa vontade, de alma serena e coração abarrotado de conhecimentos divinos.

Alguns pensam que estou mais fraco do que caldo de piaba, mas asseguro que não é bem assim. Ainda não transvariei para chamar cachorro de caixote nem urubu de meu louro. Se me jogares na parede, ainda assim direi que amo sem nada em troca. Não importa o quanto resisto para não desistir, o quanto me encontro para não me perder e o quanto observo para saber que é realidade. Gosto da verdade seja ela nua ou crua.

Falando em verdade, o que Nietzsche pensou sobre isso: “É um batalhão móvel de metáforas, metonímias, antropomorfismos, enfim, uma soma de relações humanas, que foram enfatizadas poética e retoricamente, transpostas, enfeitadas, e que, após longo uso parecem a um povo sólidas, canônicas e obrigatórias”. Ainda segundo Nietzsche, o que é grande no homem, é que ele é uma ponte e não um fim: o que pode ser amado no homem, é que ele é um passar e um sucumbir.

Por isso, meus amigos, todos os dias tomba um leão nessa luta desigual que parece não ter fim. Mas estou a postos para o bom combate ou para o arranca-rabo que vier. De canhão ou baladeira a coragem é minha bandeira.

1 Comments:

Blogger Caio Martins said...

Está certo, m'rmão! É nessa luta que mostramos de que madeira somos feitos. Parabéns pela determinação, e lhe desejo muito sucesso na tese de mestrado, bem como em todas as suas atividades. E não suma, pô! O fãclube fica órfão!

11:05 AM  

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