PITTER LUCENA

Jornalista acreano radicado em Brasília

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quarta-feira, janeiro 06, 2010

PEDOFILIA NO ACRE: ATÉ QUANDO?

Existem coisas que ninguém entende. Uma delas é desse advogado flagrado com uma menor praticando sexo dentro de um motel e que a justiça lhe ofereceu uma pena sociável de cinco anos de reclusão em regime semi-aberto. João Figueiredo Guimarães, 63 anos, foi preso com a boca na botija praticando crime sexual com uma menor de 13 anos de idade. A data: 13 de novembro de 2009. Além dessa criança, o advogado havia se saciado em suas taras sexuais com a irmã mais velha da menina. Uma pergunta que não quer calar: quantas outras indefesas crianças foram vítimas desse monstro advogado?

Mas não é somente esse advogado que tem culpa no cartório dos homens e de Deus. No Acre, em todos os municípios há prostituição infantil mas a justiça não quer ver. Não quer ver porque não lhe interessa colocar membros da corte, amigos, em saias justas ou mesmo prisão. Como seria divino que essa última palavra do parágrafo fosse lei, se justiça existisse para os calhordas e canalhas que se escondem atrás da capa escura dessa própria lei.

O fato da prisão desse advogado não é nada. A rotina do crime sexual contra crianças continua em alta escala na periferia de Rio Branco e demais municípios do Acre. Quem se importa com isso? São crianças que, segundo o juízo de muitos, fazem sexo por fazer. O dinheiro que recebem compra um batom, um sapato. Mas será que isso mesmo? Isso está certo? Esses monstros sabem muito bem, muitos têm filhas, contribuem para a infelicidade do resto da vida de uma criança.

Uma criança em formação corporal e intelectual não tem discernimento de vida. Se é pobre e alguém oferece alguma coisa, ela, na sua miséria, concordará num mimo. Quer deixar de ser um peso na família, geralmente com outros tantos irmãos, vivendo num ambiente familiar degenerado pela falta do mínimo conforto para ser gente. Daí surge a necessidade, ou não, de pensar diferente. Pela falta da família busca em outras vias uma vida melhor. Mas o que fazer se a situação está rumo ao caminho do abismo?A resposta está na cara: falta de políticas sociais do governo para tirar jovens do ostracismo que se encontram hoje. Até quando vamos viver nessa história sem resultados?

Diante desse contexto no texto, a CPI da Assembléia Legislativa do Acre (Aleac) não passou de uma palhaçada, uma coisa tipo assim para boi dormir. Ou melhor, para mães vítimas desse crime de gente grande, se conforme a digerir a dor da destruição da família. De uma filha ou um filho perdido nas mãos dos pedófilos de plantão.

A CPI da Aleac não disse para que veio, não disse nada e não vai fazer nada. Por quê? Vou dizer: em mais dos 50% processos que estão sob segredo de justiça eu tive acesso. Sei quem são os denunciados e, portanto, nada vai sair do lugar. A CPI deve e tem o direito de exigir que o judiciário mande todos os processos de pessoas denunciadas sobre pedofilia no Acre para seu conhecimento. Se não a CPI não valerá nada, aliás, até agora demonstrou não fazer nada.

Diante de tudo isso nos resta a crer na impunidade com a complacência da justiça. Essa justiça que deveria nos salvaguardar das injustiças. Cadê a sociedade que há décadas passadas exigia um mundo melhor? Calou-se? No mais estou aflito por falta de justiça. Somente justiça exijo nesse mundo sonhador e, que talvez, algum dia, meu sonho se torne realidade.

* Pitter Lucena é jornalista e mestrando em Comunicação no MERCOSUL, em Brasília.

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1 Comments:

Blogger Unknown said...

Olá Pitter,
Tenho lido alguns Blogs de ótima qualidade editorial, incluindo o seu que desenha um cenário atual de quem vive antenado no cotidiano.
O meu blog é mais voltado para a literatura, um Rob que curto há bastante tempo.
WWW.edinhosillva.blo.uol.com.br
Abraço,

12:36 PM  

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