PITTER LUCENA

Jornalista acreano radicado em Brasília

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quarta-feira, novembro 12, 2008

CARTAS DO ORIENTE (1)

Chagas Freitas

Já estou há quase dois meses em Beirute. Antes da chegada era grande a expectativa em relação a Beirute, ao Líbano e sua gente. Na realidade, tudo devido as notícias que se tem do país no exterior. Felizmente a realidade é bem outra, muito diferente do que se possa imaginar. Os libaneses são pessoas receptivas, atenciosas, educadas e o mais surpreendente, falam muitas línguas, o que facilita a vida daqueles que têm a felicidade de aqui chegarem.


O desembarque no aeroporto já dá a primeira boa impressão: é moderno, muito limpo e as pessoas que aguardam a chegada de um ente querido, ou amigo, têm o semblante alegre, portam flores, numa atmosfera aconchegante e típica de uma sociedade ligada à família.

Naturalmente, que nem tudo são flores, já que entre o aeroporto e o centro de Beirute situa-se uma área controlada pelo Hezbollah, seriamente atacada por Israel, em 2006, cujas marcas são e permanecerão indeléveis ao mais relapso de espectador.

Mas logo, logo se chega ao Centre Ville, bem moderno, que parece pertencer a um outro mundo (depois relatarei sobre os encantos dessa parte especial da cidade).

Repentinamente, chega-se ao moderno, inteiro, rico, com pessoas na moda, belos carros, lindos cafés, restaurantes para todos os bolsos etc.

Mas para que vem do Acre, o impacto e a familiaridade são de uma intensidade ímpar, já que muitos nomes nos são familiares e nós lá da nossa Amazônia temos a certeza de que conhecemos muitas dessas famílias, separadas pelo destino. São os Farhat, os Khouri, os Feghali etc. etc. Beirute é uma cidade bonita e gostosa de se viver.

Aos poucos a familiaridade com os locais acontece naturalmente e quando eles descobrem que se é brasileiro, aumenta ainda mais a simpatia, já que a grande maioria da população tem laços com o Brasil, com quase 9 milhões de descendentes libaneses. Vale ressaltar que existem ao todo cerca de 13 milhões de libaneses fora do Líbano. No país vivem cerca de 4 milhões de habitantes, sendo 1,5 milhão em Beirute. Portanto, pode-se dizer que o Brasil é a maior nação libanesa do Planeta.

Apesar da diminuta extensão territorial de um pouco mais de 10 mil km2, (aproximadamente do tamanho do estado de Sergipe), o Líbano é grande na sua história. É, também, cercado por belas montanhas, praias, florestas de cedro, a árvore símbolo na bandeira do país.

É registrado na Bíblia. Jesus Cristo andou por vários lugares, dentre eles, Canaã, dos milagres da transformação. Alexandre, o Grande, esteve aqui. Foi importante no Império Romano. Possui importantes sítios arqueológicos e suas montanhas cobertas de neve no inverno formam uma linda poesia de contrastes com o tom azulado das águas do Mediterrâneo que banha toda a sua costa oeste. É como um presente dos deuses, já que foi o berço dos fenícios, mestres dos mares. Por aqui passaram muitas outras civilizações.

O Líbano, apesar de montanhoso, possui um produto escasso nessa parte do Planeta: a água, que é exportada para os seus vizinhos do Oriente Médio. E pra não deixar de lado, a tradição de exímios comerciantes libaneses, todas as transações comerciais, inclusive táxi, podem ser realizadas na moeda do país, a libra libanesa ou em dólar norte-americano. Provavelmente, seja o país onde se encontram mais caixas eletrônicos disponíveis 24 horas, para saques em várias moedas e sem qualquer esquema de segurança.

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1 Comments:

Blogger MASA said...

AMIGO
DESEJO QUE VC NUNCA ENCONTRE UM HOMEM BOMBA...HEHEHEHE
BRINCADEIRAS À PARTE, FICO FELIZ POR MAIS UMA PASSAGEM SUA PELA HISTÓRIA DO MUNDO.
BEIJOS, BOA SORTE, SE CUIDA, FICA EM PAZ.

10:57 AM  

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