PITTER LUCENA

Jornalista acreano radicado em Brasília

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil
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quarta-feira, agosto 27, 2008

CHULÉ NO FORRÓ

Há muito tempo atrás, muitos ingleses vieram trabalhar no Brasil, principalmente na construção de ferrovias. E claro, deixaram seu tempero para o nosso caldo brasileiro. Muita gente não sabe, mas existem várias palavras que usamos no dia-a-dia que tiveram uma origem muito curiosa.

O forró, por exemplo, que todo mundo já ouviu na vida (e, se não dançou, deveria experimentar) deve seu nome aos ingleses. Naquela época, a maioria das festas eram privadas e o povão (os trabalhadores brasileiros) eram excluídos. Então, nas poucas ocasiões em que as festanças eram para todos, diziam que era “for all“. O que aportuguesando virou forró!

E esses mesmos ingleses foram responsáveis pelo chulé. Não que ninguém por aqui não o tivesse antes deles chegarem, mas não tinha com esse nome. Os trabalhadores usavam aquelas botas fechadas, pesadas e fedorentas, e quando as tiravam, subia um odor de embrulhar o estômago. Então um dos ingleses gritava algo do tipo “Who are shoes less?”, em protesto. E, como ninguém falava inglês, começaram a relacionar o “shoes less” com o cheiro desagradável, chegando ao chulé.

Dicas
Mesmo não sendo médico, mas como a net é uma mãe, vão algumas dicas para prevenir esse problema que atinge milhões de brasileiros. No caso do problema já estiver instalado, consulte um médico dermatologista para fazer o tratamento.

* Após o banho, secar bem os pés e entre os dedos.
* Evitar calçados fechados no verão, pois aumentam a temperatura e a transpiração.
*Usar sapato com meias limpas, as meias de algodão absorvem melhor o suor.
* Não ande descalço em pisos úmidos (banheiro coletivo, sauna e lava-pés).
* Prefira usar seu próprio material para cortar as unhas (alicate, tesouras).
* Não use os mesmos sapatos todos os dias.
* Pode-se expor o calçado utilizado ao sol, pois o calor secará o sapato diminuindo as bactérias e os fungos.
*O uso de talco para os pés absorve a umidade e pode prevenir o chulé.
Há casos em que o médico dermatologista poderá indicar uso loções ou outro tratamento para casos mais resistentes.

terça-feira, agosto 26, 2008

ORIGEM DA PINGA

Antigamente, no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo. Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse. Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou. O que fazer agora? A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor. No dia seguinte, encontraram o melado azedo fermentado.

Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo. Resultado: o ‘azedo’ do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente. Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome ‘PINGA’. Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome de ‘ÁGUA-ARDENTE’. Caindo em seus rostos e escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar. E sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo.

(História contada no Museu do Homem do Nordeste - Recife/PE).

terça-feira, agosto 19, 2008

MORRE MARIA TAPAJÓS: A DEFENSORA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Maria Tapajós no aniversário do meu filho Leonardo.

A Justiça acreana está mais pobre desde as primeiras horas do dia 19 de agosto com a morte da juíza Maria Tapajós Areal Sant’Anna, vítima de um maldito câncer com quem ela travou uma luta descomunal pela vida. Defensora intransigente dos direitos da criança e do adolescente, não media esforços para garantir uma vida melhor para a juventude acreana. Escrevo com um nó na garganta com a notícia dessa perda irreparável para o Acre. Maria Tapajós continuará sendo o retrato da mulher amiga, competente, honesta, exigente, carinhosa, educada e, acima de tudo, rígida na aplicação correta da lei.

Conheci Maria Tapajós durante o processo de adoção do meu filho Leonardo, há exatos 12 anos. No decorrer desse tempo amadurecemos uma grande amizade. Quando nos encontrávamos, ela sempre perguntava pelo “filhote”, referindo-se ao Leonardo por quem tinha um carinho muito grande. Nas festinhas de aniversário do “filhote” sempre esteve presente ao lado do fiel marido, Areal, um grande homem que tem como maior patrimônio da vida, a família.

Como jornalista tive o imenso prazer de trabalhar em reportagens investigativas ao lado dessa brilhante magistrada. Formávamos um trio na verdade: A juíza Tapajós, o promotor de Justiça Francisco Maia, e este humilde repórter. Até hoje, na história do Acre, as únicas reportagens investigativas sobre pedofilia e prostituição infantil tiveram participação desses três personagens. No trato com a coisa pública e na defesa da criança e adolescente era uma fera, tinha a fama de “mulher braba”. A última vez que a encontrei foi aqui em Brasília, estava de passagem para os Estados Unidos, mas fez questão de ir à minha casa para ver o seu “filhote”.

Nossa parceria de trabalho no combate à pedofilia no Acre resultou na convocação para participar no dia 16 de junho de 2004, da 38ª reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), do Congresso Nacional, cuja finalidade era de investigar as situações de violência e redes de exploração sexual de crianças e adolescente no Brasil. Maria Tapajós não poupou palavras sobre o assunto. Leia alguns tópicos dessa audiência.

Angústia - A cada dia nos assustamos com o número de pessoas influentes que têm essa prática de violentar nossas crianças, a troco de um picolé, a troco de um ursinho de pelúcia e a troco de uma volta de carro, quando não de um iogurte. O que nos angustia? Acho que há pouco interesse, há pouco empenho, há pouca preocupação de muitas autoridades, de muitos organismos, da própria sociedade, que fecha os olhos, que se cala e isso nos traz muita indignação. Têm coisas que acontecem no Acre a olhos nus, não precisa alguém denunciar anonimamente, ou alguma criança, ou adolescente nos procurar, não. Estamos vendo.

Modificar a lei - A infância e a juventude, todo mundo sabe, tem sua competência limitada, principalmente quando os crimes envolvem pessoa adulta. Nós não podemos julgar um adulto, mesmo que ele cometa qualquer crime contra a criança e o adolescente. Que para a sociedade ela não entende isso e nos cobra demais. Já sugerimos que o Tribunal de Justiça baixasse normas modificando a nossa lei orgânica, aumentando a competência do juizado da infância e da juventude para julgar todo e qualquer elemento, pessoa que cometa qualquer tipo de crime com criança e adolescente.

Figurões - A preocupação com essa cadeia de violências a que uma criança ou um adolescente está sujeito é uma das maiores preocupações nossas. Preocupamo-nos mais ainda com aquelas pessoas que têm mansões ou chácaras afastadas de Rio Branco e que contam sempre com um personagem ou dois que fazem a escolha das meninas para levar para essas chácaras. Lá acontece tudo que vocês possam imaginar e o que vocês não imaginam. Essas pessoas ganham dinheiro, e quanto mais nova for a menina e se for virgem, maior a gratificação. Isso se tornou uma prática em Rio Branco.

Maria Tapajós deixa uma grande lacuna no judiciário acreano, além de uma legião de amigos que souberam admirá-la e respeitá-la em todos os aspectos. Certa vez, durante o início de uma rebelião na Pousada do Menor, ela ordenou que abrissem as portas que iria entrar para conversar com os rebelados. A idéia era absurda. Entrar num ambiente cheio de adolescentes acusados de diversos tipos de crimes era como pedir para sair ferido ou algo pior. Com a voz firme disse: “quem será besta para se meter comigo ai dentro”. Entrou e acabou a confusão.

A juíza da juventude acreana partiu para o andar de cima, mas deixou neste vale de lágrimas uma grande família além do marido e dos filhos. Deixou os amigos que, embora sintam sua falta, sabem que estará ao lado do Pai Eterno, ajudando-o na árdua tarefa de julgar confiante num mundo mais justo e mais humano. Maria Tapajós será exemplo de coragem, dedicação, confiança, respeito e altivez para todos nós. Fica com Deus.

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domingo, agosto 17, 2008

PODER INÚTIL

Não existe situação mais difícil que viver sendo um zero a esquerda. Isto é, na simples palavra, um inútil. Seja no trabalho, na relação amorosa, amizade, nada não funciona. Quando isso está lotado no trabalho é pior ainda. A pessoa não vive, sobrevive por alguma coisa. O salário é uma delas. Mas, nos homens de boa conduta, aliás, boa ética, tudo que acontece vai-se vivendo de acordo com o calendário. Nada é pior do que ser menosprezado, sem direito de, pelo menos, a suspeita de qualquer coisa.

A vida vai passando como as nuvens brancas, no começo. Depois as nebulosas e, mais adiante, as escuras. Quando alguém tem vida própria, sem medo da própria vida, as situações se transformam nas primeiras nuvens. Quando não, ou seja, alguém próximo de você tem problemas, as nuvens mudam de cor. Quando chegamos às negras, o mundo que já era pequeno, foi embora. Acabou. Acabou tudo, o respeito, a confiança, a dignidade, a maestria, o saber. Nada mais existe.

Costumo dizer que nada me abala, e, reafirmo, nada me abala. As grandes sensações de perigo que vivi nunca me acomodaram a ser diferente por viver sempre no limite dos sonhos que acredito e, por eles, vou morrer. Como também ver a vida passando sem nada fazer. O homem, segundo Platão, é a natureza racional, e, por conseqüência, na razão, realiza sua humanidade: o sumo bem, que é, ao mesmo tempo, felicidade e virtude.

A vida está repleta de coisas boas e ruins. Disso sabemos, sem piscar de olhos. O que sabemos é que o mundo está passando com muitos inúteis andando ao nosso redor sem tomar partido. Seja ele qual for, não importa, o importante é entender que somos úteis. Aliás, útil é a palavra chave para deixar de ser inútil.

Basta observar quantos inúteis existem neste mundo. Sejam eles bobos ou não, estudiosos ou não, ou simplesmente bobos. A vida nos ensina que os bobos são os bobos, outros “bobos” também são “bobos” e, por ai vai. O mundo está cheio de bobos. E, assim como os inúteis, o mundo também está cheio.

O não pensar é o primeiro caso do inútil, seja ele o chefe ou não. Pensar consigo mesmo é o lamentável fracasso do futuro. Tudo é infinito, nada é além de uma pedra no sapato. Essa pedra, imaginária, vai rodar o mundo e num dia qualquer se encontra com outra qualquer. Os homens do poder são, todos, porcarias, homens, nada mais, terra, nada mais. Tenho certeza, pensando nisso, que os homens, esses do poder, não passam de uma grande bosta.

Nada é mais repugnante do que o poder sem pensar na vida. A vida, essa pequena que temos, valiosa, os homens da gravata chutam ela. Somente o poder basta, outros acreditam que não são mais humanos, são deuses. Grandes idiotas. Nada mais que idiotas.

Enquanto a vida passa, vou vivendo com problemas com esses incautos do poder. Sabendo que nem Platão, Sócrates, Jesus Cristo e tantos outros conhecedores da situação humana, se hoje, vivos fossem, desconheceriam a verdade, apenas a verdade.
E tenho dito.

sexta-feira, agosto 15, 2008

AMAZÔNIA: A LUZ DO MUNDO

Quanto a vida é boa na Amazônia. Sinto isso quando estou longe dela, separado por distância não muito grande, mas, longe. A saudade do ar puro, da vida diferente da grande cidade, das pessoas amigas, do calor e do amor que a natureza nos proporciona a cada segundo. A saudade bateu ao assistir a reprise da novela O Pantanal. Embora o folhetim não revele o cotidiano de quem vive nos seringais e seus mais recônditos lugares da grande floresta amazônica.

Bateu saudade do vento, da brisa, das folhas secas caindo ao chão, dos pássaros, da chuva diferente, do canto e gemidos das árvores, do cheiro da terra, dos rios e igarapés, das conversas, das grandes árvores centenárias e seus segredos, dos animais que amedrontam o ser humano, dos pequenos insetos que nos ensinam o caminho e a direção do mundo.

Vivi uma vida inteira na floresta. Aprendi coisas que nenhuma pessoa, seja ela a mais inteligente do mundo, tenha o conhecimento que tenho sobre o mundo mateiro e seus mistérios. Diferentemente da cidade, na floresta, cada coisa tem sentido. Um simples piar de um pássaro tem um grande significado, o ranger dos galhos de uma árvore é uma história que deve ser levada em consideração, porque está dizendo algo. Algo que somente o homem da floresta sabe. Nenhum, sem sombra de dúvida, nenhum homem da cidade sabe o conhecimento que carrega esse homem que habita a floresta amazônica.

Na Amazônia as magias são constantes e infindáveis. Muitos historiadores tentaram e tentam decifrá-las, mas, nossas lendas e nossas culturas como homens da floresta, nunca, jamais, irão descobri-las. A Amazônia é uma coisa que nos faz sonhar, sofrer, sorrir, chorar, filosofar, meditar e, acreditar. Acreditar que o mundo e os homens passem a entender que a vida seja mais bem vivida sob o manto de Deus. Para mim, Deus e a Amazônia são uma coisa só.

Sentir a sensação de tomar banho num olho d`água, pescar olhando os peixinhos dando voltas ao anzol, comer uma fruta fresca tirada do pé ou trepado nele, observar uma coluna de formigas trabalhando para o inverno, uma borboleta desfilando sua beleza na leveza de um ar refrescante, isso é mágico. São essas, e muitas outras coisas, que os urbanos nunca irão conhecer, desfrutar ou sentir prazer.

Quando se está longe, é como sentir um amor perdido, sente falta. Mas, por outro lado, o sentimento de conhecimento é mais profundo. Sabemos que cada coisinha tem seu respeito em todos os momentos: uma raiz, uma folha, um galho, uma nuvem, um orvalho, uma pena de passarinho, uma pegada de animal... Tudo, tudo mesmo, é sagrado, é divino.

Ao olhar em todas as direções sentimos a presença de Deus. Por exemplo: a noite um inseto chamado vaga-lume acende uma luz para se orientar no caminho. A cigarra, por seu lado, canta esfregando suas asas como uma louca anunciando a chegada do verão. Por isso, Deus está presente em tudo que faz e, o homem, desfazer o que foi feito.

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quinta-feira, agosto 14, 2008

APOIO EM DEFESA DO CURSO DE JORNALISMO

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) solicitou na quarta-feira (13) a inserção, nos Anais do Senado, do manifesto da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) em defesa da manutenção do diploma para o exercício da profissão.

De acordo com o manifesto, o Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a julgar recurso extraordinário que, se aprovado, vai desregulamentar a profissão de jornalista, pois eliminará a obrigatoriedade do diploma para o seu exercício. O recurso, ainda segundo a Fenaj, torna possível que qualquer pessoa, mesmo que não tenha concluído o ensino fundamental, exerça as atividades jornalísticas.

O manifesto defende que a exigência da formação superior é uma conquista histórica dos jornalistas e da sociedade. Para a federação, "derrubar este requisito à prática profissional significará retrocesso ao tempo em que o acesso ao exercício do jornalismo dependia de relações de apadrinhamentos e interesses outros que não o do real compromisso com a função social da mídia".

Segundo o documento, não procede o argumento de que a obrigatoriedade do diploma ameaça as liberdades de expressão e de imprensa. No texto, a Fenaj defende ainda que a profissão regulamentada não é nenhum impedimento para que pessoas de outras profissões se expressem por meio de veículos de comunicação.

A entidade afirma também que a exigência de formação de nível superior específica para o exercício da profissão representa um avanço no difícil equilíbrio entre interesses privados e o direito da sociedade à informação livre, plural e democrática.

"Não apenas a categoria dos jornalistas, mas toda a nação perderá se o poder de decidir quem pode ou não exercer a profissão no país ficar nas mãos destes interesses particulares", diz o manifesto encaminhado à Mesa por Inácio Arruda.

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quarta-feira, agosto 13, 2008

FUNDO AMAZÔNIA

Nilder Costa

Com pompa e circunstância, o presidente Lula assinou na sexta-feira 1, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o badalado Fundo Amazônia cujo principal propósito oficial é captar doações para financiar o combate ao desmatamento e promover o ‘uso sustentável’ das florestas do bioma amazônico no Brasil.

Segundo o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), o Fundo terá US$ 900 milhões já em seu primeiro ano de vigência e a meta é alcançar a fabulosa marca de 21 bilhões de dólares em 2020. O fundo foi modelado para a captação externa e o governo da Noruega já anunciou a sua adesão, pingando nada menos que US$ 100 milhões.

Minc, que já está sendo chamado de ‘Indiana Jones de Brasília’, quer fazer crer que, apesar da participação financeira de outras nações, a gestão do fundo não irá sofrer influências externas: "Será um fundo soberano, sem ingerência de outros países e executado pelo BNDES", afirmou ele. Só mesmo os mais ingênuos poderiam acreditar que outros países iriam ‘investir’ milhões de dólares de mão beijada, sem ingerência em sua aplicação ou contrapartidas as mais variadas, nos mais variados campos.

Nesse sentido, foi reveladora a reação do embaixador americano no Brasil, Clifford Sobel, à informação veiculada por Minc que os EUA também manifestaram interesse em contribuir para o fundo. Sobel disse que primeiro é preciso conhecer o projeto e que Henrietta Fore, administradora-chefe do USAID (agência do governo norte-americano para o desenvolvimento internacional), irá se reunir com Minc com tal propósito: "Ainda estamos no começo de uma conversa. Vamos primeiro aprender mais sobre o programa", disse Sobel. Aliás, até mesmo Paulo Adário, do Greenpeace, disse à influente revista The Economist que, na prática, será encontrado um modo de levar em consideração os desejos dos ‘doadores’.

Os recursos do Fundo ficarão sob a guarda do BNDES, mas a aprovação das aplicações será feita por um ‘Conselho Tripartite’ formado por três câmaras: uma, com representantes do governo federal; a outra, de estados da Amazônia Legal; e a terceira por representantes da ‘sociedade civil’, onde as indefectíveis ONGs terão assento. As decisões do Conselho serão tomadas por ‘consenso’ e cada câmara terá direito a um voto.

O novo fundo recende ao famigerado PPG-7 (Plano Piloto de Proteção das Florestas Tropicais Brasileiras), estabelecido em 1990 por proposta do então chanceler alemão Helmut Kohl, que previa desembolsos de US$ 1,6 bilhão para ‘compensar’ o Brasil pela hercúlea tarefa de gerenciar as florestas amazônicas nos moldes desejados pelos países do G7. Foi criado um fundo fiduciário administrado pelo Banco Mundial (Rainforest Trust Fund) que despejou milhões de dólares que foram cruciais, por exemplo, para a demarcação de vastos territórios indígenas na região (para os ‘guardiões’ perfeitos) e irrigou as burras de ONGs internacionais que puderam, assim, produzir copiosos relatórios de inteligência sobre a Amazônia e, de quebra, alimentar a mídia com informações apocalípticas para manter o controle sobre projetos de infra-estrutura na região.

Na verdade, a criação do Fundo Amazônia é mais uma capitulação do governo Lula ao aparato ambientalista, bastando recordar que o esquema foi claramente ‘inspirado’ em exigências do Greenpeace e caterva para a instauração de um utópico ‘desmatamento zero’ na Amazônia como, de resto, a própria ONG se ufana em nota alusiva.

Trata-se de mais uma concessão de Lula, o ‘ecopresidente’, ao ambientalismo.

Leia mais sobre a amazônia no Alerta em Rede

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O JEITO ACREANO DE SER

Acreano não briga, ele mete o pau!
Acreano não vai em festa, ele cai na gandaia!
Acreano não vai com sede ao pote, ele vai dicumforça!
Acreano não vai embora, ele vai pegá o beco!
Acreano não conserta, ele dá uma guaribada!
Acreano não bate, ele senta o sarrafo!
Acreano não sai pra confusão, ele sai pro balai de gato!
Acreano não bebe um drink, ele toma uma!
Acreano não joga fora, ele rebola no mato!
Acreano não é sortudo, ele é cagado!
Acreano não corre, ele faz carrera!
Acreano não ri, ele se abre!
Acreano não brinca, ele fresca!
Acreano não toma caldo de cana, ele toma garapa!
Acreano não calça as sandália, ele calça as opercata!
Acreano não serve almoço, ele bota o dicumê na mesa!
Acreano não morre, ele bate a biela!
Acreano não exagera, ele alopra!
Acreano não percebe, ele dá fé!
Acreano não vigia as coisas, ele pastora!
Acreano não vê destruição, ele vê só o distroço!
Acreano não é homem, ele é MAXO ou é cabra homi!
Acreano não sai apressado, ele sai desembestado!
Acreano não observa, ele passa o pano!
Acreano não agarra a mulher, ele arroxa!
Acreano não dá volta, ele arrudêia!
Acreano não espera um minuto, ele espera um pedaço!
Acreano não sobe na árvore, ele se trepa no pé de pau!
Acreano não acompanha casal de namorados, ele segura vela!
Acreano não passa a roupa, ele engoma a roupa!
Acreano não é distraído, ele é ariado!
Acreano não fica encabulado, ele fica todo errado!
Acreano não comete gafe, ele dá uma rata!
Acreano não ouve barulho, ele escuta zuada!
Acreano não dá cantada, ele quêxa!
Acreano não é esperto, ele é desenrolado!
Acreano não é rico, ele é estribado!
Acreano não pede um pedaço, ele pede uma nesgaia!
Eita orgulho véi besta!!!

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segunda-feira, agosto 04, 2008

CASAMENTO COLETIVO

No sábado, dia 2 de agosto, vivi mais uma grande emoção na minha vida. Coloquei uma grossa aliança na mão esquerda, juntando de uma vez por todas os trapos com Sonia Vogth, a mulher com quem convivo há mais de 15 anos. O casamento coletivo contou com 1.302 casais no estádio Arena da Floresta, em Rio Branco, no Acre. Imagine que se apenas um casamento gera tantas emoções, então viaje na sensação de estar com mais de duas mil pessoas dizendo sim ao mesmo tempo. Casaram também meu amigo Jorge Luiz e sua Ibemar Suzuki.

A cerimônia é coletiva e a emoção também. O ritual segue todas as etapas de um casamento, com marcha nupcial, sermão do juiz, troca de alianças, beijo, chuva de papel picado e muita comemoração. Nesta edição do casamento coletivo, que acontece desde 2004, 1.302 casais oficializaram a união, mais um recorde do Projeto Cidadão.

O governador Binho Marques desejou aos casais muita alegria, ressaltando que o Estado vive um momento ímpar de sua história e desenvolvimento e que o Acre será mais feliz se as famílias forem mais felizes.

O casal mais novo e o mais velho a participar da cerimônia representou os demais participantes perante o juiz Marcelo Badaró, titular da Vara de Registros Públicos. Deoclesiano Clemente de Souza, 98, e Maria da Silva Alves, 76, oficializaram a união de mais de 60 anos. Ela casou aos 14 anos, teve nove filhos e apenas quatro estão vivos.

Thanúria de Lima Oliveira, 16, era a noiva mais jovem da cerimônia. Mãe de Jamile, de dois meses, e evangélica, decidiu oficializar a união com Antônio José Paiva da Silva, 23, seguindo os conselhos que recebeu na igreja que freqüenta.

O coordenador do Projeto Cidadão, desembargador Arquilau de Castro Melo lembrou que embora a gratuidade dos proclamas já esteja estabelecida por lei para noivos carentes, as pessoas que desejam formalizar a união encontram dificuldades no trâmite da documentação, ficando ainda mais difícil arcar com os custos da cerimônia.

O Casamento Coletivo reúne, em média, cinco mil pessoas, entre noivos, familiares e convidados, que participam ao ar livre de uma cerimônia civil com direito a decoração especial de casamento e apresentação musical, além das novidades que singularizam cada edição. Este ano a festa foi animada por uma apresentação do Jabuti Bumbá e pela voz de Verônica Padrão com a banda Pimenta de Cheiro. Ao final da cerimônia balões brancos foram soltos.

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